Comprar um carro novo pode parecer uma tarefa simples, mas não é. A começar pelo fato de o preço do automóvel estar nas alturas. E por ser caro, o consumidor precisa escolher bem o que irá levar para a casa, pois ao contrário de uma peça de roupa ou sapato, não há como devolver com a etiqueta.
Assim, escolher um carro novo exige malícia para driblar o inebriante efeito do marketing, que provoca o consumidor com campanhas sedutoras, principalmente de SUVs, que prometem um status de vencedor.
Pessoalmente o sedã é a melhor configuração de automóvel. Na grande maioria dos casos, ele combina bom espaço interno, porta-malas amplo, além de entregar um ótimo comportamento dinâmico. Afinal tem teto e altura livre do solo mais baixos. Isso se traduz em estabilidade.
E como o sedã é a carroceria perfeita, uma das melhores opções do mercado é o Honda City. A terceira geração do City chegou no apagar de 2020. E junto dela, um verdadeiro banho de loja.
A razão era simples: a Honda iria aposentar o Civic nacional e importar a nova geração, com motorização híbrida. Assim, o modelo ganhou um pacote farto de conteúdos, com direito ao mesmo pacote de assistentes de condução: o Honda Sensing que equipa modelos mais sofisticados como HR-V, Civic, Accord e CR-V.
O modelo chama atenção pela qualidade da construção e acabamento, que são bem superiores aos demais sedãs compactos do mercado. É um carro que entrega uma posição agradável ao volante, boa visibilidade e ajustes que permitem que motoristas de diferentes estaturas se acomodem bem.
A lista de equipamentos ainda inclui ar-condicionado digital, multimídia (com Android Auto, Apple CarPlay, assim como câmeras de ré e lateral), vidros e retrovisores elétricos, quadro de instrumentos parcialmente digital, bancos em couro, rodas de liga leve aro 16, faróis Full LED e neblina.
O espaço interno é generoso e na versão topo de linha o acabamento é impecável. Ele acomoda com muito conforto quatro adultos, mas leva cinco de forma segura. O porta-malas de 519 litros oferece a mesma praticidade do bagageiro do Cronos (520 litros).
O design é conservador, mas o tapinha no visual que o sedã recebeu em 2024 o deixou mais refinado. Nada demais, basicamente um retoque na grade e adorno cromado sobre os faróis.
O City é está longe de ser um atleta, mas seu motor 1.5, de 126 cv e 15,8 kgfm de torque, combinado com a transmissão automática do tipo CVT, com emulação de sete marchas, faz dele muito suave.
Claro que há aquele efeito “enceradeira” quando se pisa muito fundo e a rotação vai nas alturas, mas na maioria das vezes ele se desenvolve de forma gradual e silenciosa.
Claro que seu preço de R$ 150.800 está longe de ser barato e acessível. Mas é bem mais em conta do que muito SUV abarrotado de plástico que beiram os R$ 200 mil, sem o mesmo lastro da japonesa.