
A marca chinesa Jetour, pertencente ao grupo Chery, iniciará operações no Brasil no primeiro trimestre de 2026. A estreia será focada em eletrificação, com o lançamento de três SUVs híbridos plug-in: S06, T1 e T2. A empresa também estuda instalar produção local no futuro e confirma que os modelos passarão por adaptação para funcionar com tecnologia flex, alinhada ao uso de etanol no país.
A Jetour foi criada em 2018 e faz parte do movimento de expansão global das marcas chinesas, sobretudo em mercados onde SUVs e eletrificação ganharam relevância. Segundo a empresa, o Brasil será o primeiro país das Américas a receber seus produtos, e a estratégia prevê a instalação de uma rede inicial de cerca de 40 concessionárias. Os primeiros lotes devem somar aproximadamente 1.500 unidades importadas.
A gama
O S06 será o modelo de entrada. Mede 4,62 metros de comprimento e usa conjunto híbrido com motor 1.5 turbo e motor elétrico, que juntos entregam até 203 cv. A bateria tem 19,4 kWh, com proposta de uso urbano e autonomia elétrica suficiente para trajetos diários curtos. Acima dele, o T1 utiliza base semelhante, porém com dimensões maiores e bateria ampliada para 26,7 kWh, ampliando a operação em modo elétrico.
O T2 será o SUV mais sofisticado da linha. Com 4,79 metros de comprimento, terá duas versões: tração 4x2 e 4x4. A primeira combina motor 1.5 turbo e motor elétrico com 225 cv e quase 40 kgfm de torque. Já a versão 4x4 adiciona um segundo motor elétrico, chegando a 375 cv e mais de 60 kgfm. Esses números colocam o T2 na faixa de desempenho de SUVs médios superiores e ampliam sua atuação em uso rodoviário e fora de estrada.
A decisão de avaliar a produção nacional mostra o interesse da Jetour em reduzir custos, adequar modelos às normas brasileiras e explorar competitividade frente a concorrentes já estabelecidos. A adaptação dos sistemas híbridos ao uso de etanol pode se tornar diferencial, já que outras marcas ainda oferecem híbridos importados projetados apenas para gasolina.
A chegada da Jetour amplia a disputa entre SUVs eletrificados no Brasil, hoje impulsionada por montadoras chinesas. Para o consumidor, a chegada de novos híbridos plug-in tende a diversificar preços, tecnologias e opções de desempenho. Porém, a aceitação depende de fatores como pós-venda, confiabilidade, suporte da rede, infraestrutura de recarga e posicionamento de preços.
Com isso, a Chery passa a contar com quatro marcas no Brasil, sendo três com controle próprio, uma vez que a Caoa ainda detém direitos de produção e importação dos modelos do emblema que dá nome ao grupo. Mas, ao que tudo indica, os chineses querem caminhar por conta própria em terras tupiniquins.