Teste

Motor turbo deu vida nova à veterana Oroch

Publicado em 16/07/2022 às 15:44.
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

A Renault Oroch foi a primeira picape intermediária lançada no Brasil. Ela chegou meses antes da Fiat Toro, ainda em 2015. Mas sejamos francos que ela sempre foi uma opção para quem buscava algo a mais que uma Strada do que propriamente uma picape que entregava o mesmo que uma média, mas com silhueta mais enxuta.

Tanto é que a Oroch nunca foi uma campeã de vendas. Seus números sempre foram modestos. Para se ter uma ideia, no primeiro semestre deste ano, a Strada licenciou 51 mil unidades, a Toro outras 25 mil. Já a Oroch emplacou apenas 3,8 mil carros, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). 

E um dos motivos é porque sempre faltou um motor capaz de posicionar corretamente essa picape. Ou era fraca demais com a unidade 1.6 ou bebia demais com o motor 2.0.  A resposta chegou em abril, depois de quase sete anos de mercado, com a adoção do motor TCe 1.3 turbo de 170 cv. Mas, mesmo assim, é uma opção que só se aplica na versão topo de linha Outsider, com visual mais aventureiro, como o no Kwid.

E fomos testar a Outsider. Trata-se basicamente do mesmo carro de 2015, com o mesmo visual, mas com uma injeção de ânimo espantosa. Nem parece que é o mesmo carro, pois de resto a Oroch não mudou nada, apenas atualização do painel e adição de alguns conteúdos como novo multimídia, ar-condicionado digital e carregamento por indução.

Esse motor realmente faz diferença na picape. É a mesma surpresa que tivemos no Captur e Duster. Aceleração forte, retomadas rápidas, bom comportamento da transmissão e o melhor, eficiência.

O senão é que para ter tudo isso, o consumidor precisa gastar cerca de 40% a mais do que ele pagaria numa Oroch de entrada. Com preço inicial de quase R$ 141 mil, a Outsider esbarra nas versões de entrada da Toro, que também contam com motor turbo e transmissão automática, sem contar o apelo visual, infinitamente superior.

Raio-x Renault Oroch Outsider 1.3

O que é?
Picape intermediária, com quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Produzido na unidade de São José dos Pinhas (PR).

Quanto custa?
R$ 140.900

Com quem concorre?
A Oroch turbo concorre com as versões 1.3 da Fiat Toro.

No dia a dia?
A Oroch sempre se posicionou como uma opção para quem precisava de mais espaço que uma Fiat Strada, mas não poderia apostar numa Toro. O bom espaço para cinco ocupantes não é novidade, assim com o volume da caçamba.

O principal ganho da Oroch está maior oferta de torque e potência do motor TCe. Por dentro, o ganho de conteúdos se resume ao ar-condicionado digital e suporte para recarga de celular sem fio. De resto é o mesmo carro.

No uso cotidiano a picape se comporta como um carro de passeio, a posição de dirigir não mudou, mas a ergonomia melhorou, graças a adoção do painel do novo Duster. A melhor disposição dos instrumentos facilitam o manuseio. 

Curiosamente, o quadro de instrumentos foi herdado do Captur. Ele tem um mostrador digital para o velocímetro ao centro e relógios analógicos nas extremidades. O computador de bordo fica espremido no alto, mas a leitura não é comprometida. 

O acabamento segue o padrão de uma picape, com muito plástico duro, mas a montagem é boa e os bancos revestidos em couro da versão entregam mais refinamento.  O pacote de conteúdos é complementado pelos vidros e retrovisores elétricos, assim como os sensores de acendimento automático dos faróis e chuva. A picape ainda conta com câmera traseira e sensor de ré.

Motor e transmissão
A unidade TCe 1.3 de 170 cv e 27 kgfm de torque é o melhor desse carro.  Esse motor oferece muito torque em baixa rotação e casa muito bem com a transmissão CVT (com emulação de oito marchas). 

A caixa privilegia a eficiência, sempre operando no mínimo giro, quando não há demanda de força. E quando é preciso de torque, basta cutucar o acelerador que ele responde na hora. Retomadas e ultrapassagens têm excelentes respostas.

Como bebe?
Abastecido com gasolina, o Duster registrou média de consumo combinado (urbano e rodoviário) na ordem de 9,7 km/l

Suspensão e freios
A Oroch utiliza o mesmo conceito de suspensão do antigo Duster 4x4, com sistema independente nas quatro rodas, que faz dela mais confortável e estável. Os freios são a disco, no eixo dianteiro, e a tambor no eixo traseiro, como na geração passada. Controle de estabilidade (ESP) e tração são itens de série.

Palavra final
O motor 1.3 deu um salto qualitativo à Oroch em todos os sentidos. Consumo, desempenho e comodidade. No entanto, ela é cara e será difícil demover o cliente de optar por ela e não a Toro. 

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