
A Nissan vive um dilema global. Ruim das pernas, a marca japonesa vem rebolando para se manter de pé, ainda mais que o seu casamento com a Renault está à beira do litígio. Assim, a marca que no passado fabricou modelos icônicos como GT-R, Silvia, Z e tantos outros, hoje faz o mexido com o que tem na geladeira.
A marca acabou de revelar a nova geração do Sentra. Com linhas arrojadas, com estilo cupê, o sedã impressiona aos olhos. Vincos e cantos vivos fazem parte do visual do japonês.
Não há como negar que ele é bonito. Melhor, não há como negar que ele é lindo. E o estilo sugere que se trata de um carro sofisticado e de performance incontestável, correto? Nem tanto.
Por dentro, o Sentra conta com quadro de instrumentos integrado com multimídia. Ele oferece assistentes de condução, climatização digital e, acredite, passou a contar com freio de estacionamento eletrônico (algo que não dá para entender porque estava presente na geração passada).
A qualidade do acabamento também chama atenção. Couro de diferentes tonalidades e texturas estão presentes nos bancos, console e painéis.
Mas nem tudo são flores no Sentra. O pecado está sob o capô. O sedã mantém o mesmo motor 2.0 aspirado de 151 cv e 25,4 kgfm de torque, combinado com a velha caixa CVT Xtronic.
Não se trata de um conjunto ruim. Pelo contrário, já testamos o Sentra com esse powertrain, que se mostra satisfatório para um sedã familiar. No entanto, vivemos num momento em que concorrentes diretos (e com melhor números de vendas) oferecem conjuntos mais eficientes. O Toyota Corolla é um exemplo, com seu conjunto híbrido que entrega uma eficiência formidável.
A Nissan peca em não oferecer esse tipo de recurso para o consumidor, ainda mais para o cliente norte-americano que é o principal destino do modelo. Nos Estados Unidos, o Sentra, assim como o Corolla, é um carro de entrada. O automóvel da classe trabalhadora que não se pode se dar ao luxo de queimar gasolina, mesmo que o preço do galão (por lá) esteja em patamares estáveis.