Diz a sabedoria popular que uma única andorinha não faz verão. E a indústria do automóvel já descobriu que ter apenas uma marca não é o suficiente para atingir todas as camadas do mercado. É o caso da Volvo, que pertence à chinesa Geely. Enquanto o selo chinês se posiciona em segmento generalista, a marca sueca se estabeleceu na faixa premium. No entanto, é com a Polestar que ela ataca no ramo de alto luxo.

O nome Polestar (estrela do norte) vem da antiga divisão de alta performance da marca, mas hoje tem status de marca própria e com sua gama de veículos próprios. A marca acaba de lançar no mercado europeu o Polestar 4, um belo SUV estilo cupê elétrico, que chega para agradar quem considera o C40 “comum demais”.

O modelo tem estilo imponente, mas não há como não lembrar do Tesla Model X quando nos deparamos com ele. A percepção vem da silhueta fluida, mas principalmente pela seção frontal, sem grade do radiador. Os faróis buscam entregar identidade própria, com o tradicional formato de Martelo de Thor, mas sempre fica aquele resquício de clone do carro do Elon Musk.

Design à parte, o Polestar 4 é puro refinamento, o interior combina elementos reciclados com materiais nobres e um estilo minimalista, um pequeno quadro de instrumentos digital e um imenso multimídia vertical. O SUV também conta com o teto envidraçado sem cortina. Assim como o C40, o vidro conta com filtros UV e também atenua a luminosidade para não comprometer o conforto.

Climatização digital, assistentes de condução, ajuste elétricos dos bancos, completam o pacote de conteúdos. Com 4,83 m de comprimento e 2,99 m de distância entre-eixos, o espaço é farto.

O SUV leva cinco ocupantes, mas o ideal são quatro com espaço de sobra. Mas a área ampla também tem uma outra função: acomodar o berço das baterias.

O Polestar 4 conta com células de 102 kWh, que prometem 560 km de autonomia, no modelo europeu (WLTP). As pilhas alimentam o par de motores que somam 544 cv e cerca de 70 kgfm de torque.

Segundo a marca, o SUV pode ser recarregado em estações de até 200 kW, em corrente contínua, que cumprem a recarga em menos de uma hora. Em carregadores domésticos de 22 kW, são necessárias cerca de 5 horas para completar o ciclo.

A marca também oferece uma versão com apenas um motor, montado na traseira, com 272 cv e 35 kgfm de torque. Nessa variante, a autonomia pode chegar a quase 600 km.

Para o Brasil, a Volvo não tem planos de trazer os modelos Polestar. Isso porque eles chegariam muito caros e não conseguiriam concorrer com outros elétricos de marcas como Porsche, Audi e BMW. O Polestar 4 parte de 60 mil euros no Velho Mundo, algo em torno de R$ 320 mil.

Por aqui não chegaria por menos de R$ 1 milhão. Melhor continuar com o belo e cobiçado C40, que parte de R$ 360 mil e é tão sofisticado quanto o primo rico.