
O porschista raiz nunca engoliu a decisão da Porsche em aposentar o motor boxer refrigerado a ar do 911, lá em 1997. Para os fãs mais ortodoxos da marca, o 911 se sofisticou demais, ficou cheio de tecnologias, que atuam como uma babá eletrônica.
De fato, e posso dizer com a propriedade de quem já guiou diferentes gerações do 911, os antigos são muito mais legais. Mas não significa que um 992 seja enfadonho. Longe disso, trata-se de um carro fantástico.
Mas realmente há tanta engenharia avançada, que permite que o menos habilidoso, consiga se divertir com segurança. As versões com tração integral, compensam o efeito "pêndulo" do motor pendurado na traseira, assim como os novos motores biturbo, eliminam a necessidade de elevar o giro lá em cima e a transmissão PDK é mais rápida que seus pensamentos.
Para quem gosta de ter "o carro na mão", tudo isso rouba a graça da brincadeira. E se o amigo é um desses, seus problemas acabaram. A Porsche acaba de reeditar o Carrera T. Versão projetada em 1968 para quem busca um legítimo carro de turismo.
Com massa aliviada, que reduz o peso para menos de 1,5 tonelada,
o Carrera T recebeu bancos em fibra de carbono, removeu os banquinhos traseiros, dentre outros elementos. No entanto, mantém comodidades com ar-condicionado, multimídia e até opção de ajuste elétrico dos bancos.
A versão é equipada com a mesma configuração do boxer 3.0 biturbo da versão básica do esportivo. São 385 cv e 45 kgfm de torque. No entanto, o bloco é conectado a uma caixa manual de sete marchas. A tração é traseira.
Por ser mais leve, sua performance foi otimizada. A aceleração declarada é de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e máxima de 291 km/h.
Seu visual não difere muito do Carrera padrão. Ele utiliza rodas aro 20 (frente) e 21 (atrás). O estilo limpo é charmoso, sem aerofólios e demais apêndices aerodinâmicos.
Na Europa, o 911 (992) Carrera T tem preço sugerido de 124 mil euros. Algo em torno de R$ 650 mil. É a forma mais barata para guiar um Porsche da "velha guarda".