Alta tensão

Renault lança Kwid E-Tech para ser o elétrico mais barato do mercado

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 16/04/2022 às 06:51.
 (Renualt/Divulgação)

(Renualt/Divulgação)

A Renault acaba de lançar o Kwid E-Tech, a versão elétrica do subcompacto chega com a promessa de ser a opção mais acessível do mercado, mas sem perder funcionalidade. Com preço sugerido de R$ 142.990, ele é o modelo mais barato da praça, desbancando o JAC iEV20, que parte de R$ 177 mil.

O Kwid elétrico é muito parecido com sua versão a combustão. Visualmente o carrinho se diferencia pela grade de radiador fechada, uma vez que não há admissão de ar. As dimensões são exatamente as mesmas. O que muda é o peso que sobe de 786 kg para 977 quilos. O lastro se deve ao pacote de baterias de 27 kWh. 

Apesar de não oferecer a mesma potência das pilhas de carros mais sofisticados, a marca garante que no ciclo urbano, o modelo é capaz de rodar até 298 km com uma recarga. Assim, o Kwid E-Tech entregará autonomia semelhante e até superior a compactos como Fiat 500e e Renault Zoe.

Seu motor elétrico é mais potente que o oferecido no Dacia Spring, vendido na Europa. O carrinho utiliza uma unidade de 65 cv. São apenas 5 cv a menos do que o motor 1.0 do Kwid convencional entrega. 

No entanto, o torque do elétrico é de 11,5 kgfm contra 9,8 kgfm do bloco a combustão. Não é uma diferença absurda, mas a grande vantagem é que toda a força é imediata no E-Tech. 

O carrinho tem aceleração de 0 a 100 km/h de carro esportivo, na ordem de 4,1 segundos, de acordo com a Renault. Já o Kwid 1.0 é um “pouquinho” mais lento e demora 14,7 segundos para o ponteiro chegar na mesma velocidade. A maior oferta de força exigiu que a marca instalasse rodas de quatro furos no carrinho, que tradicionalmente é vendido com cubo de roda com três parafusos.

Km rodado

Pagar R$ 143 mil em um Kwid está longe de ser a mais racional das decisões. Afinal, o carrinho custa menos da metade, em sua versão de entrada. No entanto, a Renault pontua que o custo do km rodado será um divisor de águas. A marca aponta que o E-Tech gasta apenas R$ 0,06 por quilômetro, enquanto o Kwid térmico gasta R$ 0,46. 

E considerando a média de quilometragem do brasileiro, que segundo a francesa, é de 51 quilômetros, o custo diário do E-Tech seria de R$ 3,06. Para frotistas, o custo pode ser ainda mais baixo, uma vez que os carros podem ser recarregados em pátios industriais, que muitas vezes contam com tarifas especiais.

E por falar em recarga, o elétrico pode ser “reabastecido” em tomadas comuns de 220V e em carregadores rápidos. Na parede de casa, são 9 horas para obter 180 km de autonomia. No entanto, numa estação de recarga a mesma quilometragem pode ser recuperada em 40 minutos. 

E considerando a média de quilometragem do brasileiro, a Renault aponta que Kwid E-Tech pode ser recarregado a cada seis dias. Para otimizar a autonomia, o carrinho ainda conta com freio motor, que é aplicado quando se solta o pedal do acelerador. 

Com o pé no freio, a desaceleração acentua a regeneração de carga, que pode pode ser amplificada com o modo Eco, que aplica freio motor ainda mais forte sempre que se solta o acelerador. A Renault explica que é possível ganhar até 90% mais de autonomia.

Estratégia

A Renault quer ganhar protagonismo no mercado de elétricos. Por hora o Kwid E-Tech virá importado, mas o presidente da marca Ricardo Gondo não descarta a produção local. “O mercado está começando a crescer no Brasil, mas ainda falta escala. Mas no futuro, com o maior volume de vendas é possível que poderemos vir a produzir localmente”, aponta.

Volume é ponto crucial para a marca. Hoje a participação dos modelos elétricos é incipiente. No ano passado, foram menos de 3 mil unidades, de acordo com a francesa. No entanto, ela projeta que em 2030 o volume anual de elétricos por aqui irá girar entre 80 mil e 200 mil carros. 

A Renault ainda estima que o ponto de virada dos elétricos, no Brasil, aconteça em 2035, quando a participação será de 50%. A partir daí os motores térmicos começaram a perder espaço.

Por hora, a Renault sabe que não conseguirá ter um volume expressivo. Mas ela acredita que consumidores com poder de compra e que gostam de novidades serão os “bandeirantes” desse carrinho.

Ela ainda pontua que pesquisou o interesse do brasileiro pelos modelos elétricos. Segundo seus levantamentos, 90% dos entrevistados se queixam das poucas opções do mercado. Outros 86% são favoráveis à mudança do motor térmico para o elétrico e 62% têm a intenção de comprar um elétrico no futuro.

Daí o Kwid poderá ter um protagonismo nessa nova demanda que vem emergindo. Hoje, ele é muito caro por ser importado e com volumes que não permitem economia de escala, mas num cenário de 100 mil elétricos anuais, o carrinho pode se tornar competitivo diante do dos compactos térmicos.

O carrinho já pode ser encomendado em toda a rede Renault. Suas entregas terão início em julho.

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