A Fiat Strada é um fenômeno de vendas inabaladas há quatro anos. O segredo da picape está na sua capacidade de ser um compacto familiar e uma picape de trabalho acessível ao mesmo.
Tudo isso graças à carroceria quatro portas que até hoje é uma exclusividade entre as caminhonetes leves. O resultado é uma média de emplacamentos acima de 10 mil unidades mensais.
Ao longo destes cinco anos, a picape manteve a mesma carroceria, com seus bons atributos e também pecados. Entre os pontos positivos está a praticidade, a suspensão reforçada, que lhe confere excelente capacidade de carga.
Além disso, a Strada é uma picape de mecânica confiável, manutenção acessível e ampla rede de assistência. Ao longo do quinquênio, por outro lado, algumas mazelas foram mantidas. A Strada é apertadinha. É homologada para cinco, mas o ideal é transportar quatro adultos. O quinto passageiro irá comprometer o conforto da “classe econômica”.
O acabamento, por sua vez, é simples, até mesmo nas versões mais sofisticadas. O argumento é o fato de ser um carro de trabalho. Mas a Fiat afirma que uma grande parcela das vendas é motivada para uso pessoal. Ou seja, para ser o carro da família, com uma caçamba de bônus. O pacote de equipamentos também está longe de ser referência. O quadro de instrumentos tacanho é uma herança do Mobi. A picape não oferece assistentes de condução, nem mesmo nas caríssimas Ranch e Ultra, que partem de R$ 147 mil. E por esse valor é possível encontrar automóveis mais qualificados, principalmente para quem busca apenas um carro de passeio.
Durante sua caminhada, a Strada abriu mão das versões com motor Fire 1.4, mas manteve o excelente Firefly 1.3 de 107 cv e ganhou a unidade T200 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm de torque. Esse motor é uma exclusividade das versões Ultra e Ranch. A unidade é combinada com transmissão automática, do tipo CVT, com emulação de sete marchas.
O conjunto faz da Strada turbo um carro esperto, com retomadas vigorosas e acelerações empolgantes. Mas seu consumo está longe de ser o mais eficiente. Com gasolina, a média urbana foi de 8,4 km/l. E olha que ela rodou vazia.
Assim, ao longo de seus primeiros cincos anos (de segunda geração), a Strada mostra porque faz tanto sucesso. Mas a boa aceitação não pode servir de comodidade para a Fiat “jogar com o regulamento debaixo do braço”.