'Hot Wheels'

Testamos a versão renovada do miudinho Renault Kwid

Marcelo Jabulas
@mjabulas
02/03/2022 às 08:49.
Atualizado em 02/03/2022 às 08:49

“Esse carro é um Hot Wheels, mas de verdade”, afirmou meu filho ao entrar no Kwid. De fato, esse Renault parece um carrinho de brinquedo em escala ampliada. Ele é miudinho, sobra na vaga e a turma viaja coladinha dentro dele. Mas há razões para isso.

O Kwid é um projeto desenvolvido originalmente para o mercado indiano. Lá, como aqui, há diferentes alíquotas tributárias para o setor de automóveis. Se por aqui o peso do IPI incide sobre o tamanho do motor, lá é sobre o tamanho da carroceria.

Por lá,carro com mais de 4 metros de comprimento paga mais imposto. Assim, há diversos degraus abaixo dessa medida. E o Kwid com
seus 3,68m se posiciona no segmento de acesso dessa turminha. 

Do lado de cá, o carrinho chegou em 2017 para concorrer com o Fiat Mobi e o finado VW Up, no segmento de subcompactos. É o
sucessor natural do Clio e se tornou o carro chefe da Renault. Em 2021, o modelo foi principal produto da marca com quase 53
millicenciamentos, correspondendo a quase metade das vendas da francesa. 

NOVOKWID

E depois de cinco anos de praia, o Kwid passou pela primeira plástica. A renovação visual chama a atenção pelo conjunto ótico de dois níveis, que foi a grande intervenção visual do carrinho. 

Por dentro, o Kwid ganhou novo quadro de instrumentos, com um relógio de formato analógico mas com ponteiros luminosos que
criam a sensação de um cluster digital. É simpático, mas está longe de ser digital.

Junto com a mudança, o Kwid também passou por ajustes para atender ao Proconve L7 e as regras de segurança que passam a
vigorar em 2024.

RENAULT KWIDOUTSIDER1.0

O QUE É?
Hatch subcompacto de cinco lugares.

ONDE É FEITO?
Produzido na unidade São José dos Pinhais (PR).

QUANTO CUSTA?
Base: R$ 67.690
Testado: R$ 69.190

COM QUEM CONCORRE?
O Kwid Outsider disputa mercado com o Fiat Mobi Trekking,
que também tem proposta aventureira.

NO DIA A DIA
O Renault Kwid é um carro genuinamente citadino. Na cidade ele resolve muito bem, pois, por ser pequeno e estreito,
é muito fácil serpentear no trânsito, assim como encontrar
vagas.

Por dentro, é apertado. Para se ter uma ideia, alto-falantes e comandos dos vidros foram posicionados no painel para ganhar alguns centímetros a mais. Até os vidros das janelas são mais finos. Quatro pessoas viajam com dignidade, mas sem folga. O quinto passageiro é só no último caso. Por outro lado, os 290 litros do porta-malas impressionam pelo bom volume de bagagem.
O Kwid é um carro de acabamento simples e com isolamento acústico precário. No entanto, a versão Outsider agrada
pelo conteúdo. Ele conta com multimídia (com câmera de ré, Android Auto e Apple Carplay), direção elétrica, ar-condicionado, retrovisores elétricos e quadro de instrumentos com velocímetro digital e os marcadores com “luzinhas”.

MOTOR E TRANSMISSÃO
A unidadetrês cilindros 1.0 passou por um ajuste para atender as novas exigências do PL7. Com novo mapeamento da
central eletrônica inclusão de novo sensor de admissão, fizeram com que a potência saltasse de 70 cv para 71 cv e o
torque de 9,8 kgfm para 10 quilos.  A mudança está longe dos 82 cv do motor do Sandero, que tem dupla variação de fase, mas resolve bem para seus parcos 800 quilos. A transmissão de cinco marchas tem engates mais suaves que as antigas caixas de Logan e Sandero.

COMO BEBE?
Seu consumo no combinado urbano e rodoviário, com álcool foi de 12,6 km/l. Um contribuinte para a boa eficiência foi a adoção do sistema Start/Stop, que ajuda a poupar combustível nos semáforos. Em dias de gasolina acima de R$ 7, toda ajuda é bem-vinda.

SUSPENSÃO E FREIOS
A suspensão utiliza conjunto McPherson na frente e eixo rígido atrás. O acerto é firme e ele responde com solavancos, buracos e quebra-molas. Os freios receberam discos ventilados, na frente, que os tornaram mais eficientes. A novidade ficou pela chegada do controle de estabilidade (ESC), que ampliou o pacote de segurança do carrinho. 

PALAVRA FINAL
O Kwid evoluiu, muito por força da lei. O ganho de potência e torque são mínimos, mas pelo menos não perdeu força como no Mobi. A versão Outsider agrada pelo pacote de conteúdos, o que faz dela a melhor versão desse carrinho, pois não tem opcionais para acrescer o valor, apenas a pintura. Além disso, tem a vantagem de contar com uma roda de liga leve, algo que era impossível no Kwid, devido a furação de três parafusos. É um carrinho simples, mas é o melhor que se pode ter com o mínimo de dinheiro.

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