
A indústria do automóvel é guiada por regras matemáticas exatas. Quando se planeja um novo modelo é preciso considerar no orçamento todo o período para amortizar e obter lucro.
Há uma série de contas e regras para garantir que o produto se mantenha rentável com o passar dos anos. Uma estratégia corriqueira é depenar os velhinhos. Reduzir versões, eliminar equipamentos (não obrigatórios) faz parte do processo.
Isso porque, com o passar dos anos, o carro vai perdendo apelo de público. Novos competidores, mais modernos e chamativos chegam ao mercado. E o veterano tem como grande atributo o preço. Daí é preciso “pelar” o carro ao máximo.
Beirando 10 anos de mercado, a Fiat Toro já é uma senhorinha. No entanto, quando o assunto é picape, a história é diferente. Esse tipo de veículo tem ciclo de produção mais longo que os carros de passeio.
Algumas picapes ultrapassam ciclos de 15 ou 20 anos em linha. E quando isso acontece é preciso agregar valor e não reduzir conteúdos. E foi o que a Fiat fez.
A Toro 2026 chegou há pouco no mercado, com visual atualizado. A plástica tem duplo sentido: oferecer atualidade, mas deixar a picape com a nova cara da Fiat, que será inspirada no Grande Panda. O compacto, que você conferiu no HD AUTO, é sucessor do Argo e estreia no ano que vem.
Mas o que a Toro ganhou de conteúdos? A principal novidade foi a adoção do freio de estacionamento eletrônico, com função Auto Hold. O recurso já era oferecido em todos os demais modelos montados na planta de Goiana (PE), como os Jeep Renegade, Compass e Commander, assim como a picape Ram Rampage.
Testamos a versão topo de linha, Ranch, equipada com motor 2.2. turbodiesel de 200 cv e 46 kgfm de torque. A unidade é combinada com transmissão automática de nove marchas e tração 4x4.
No dia a dia, a Toro Ranch oferece a mesma praticidade de sempre, é uma picape que agrada bastante na cidade, pois é menor que as médias, mas tem capacidade de 1 tonelada, como as rivais maiores.
O freio de estacionamento eletrônico não é algo que transforme a Toro em um fenômeno, mas a função Auto Hold é um alento. Aliviar o pé direito do pedal do freio é um conforto merecido quando se paga quase R$ 229 mil em um automóvel.
Outra novidade é o banco do motorista com ajuste elétrico, algo que também fazia falta para a picape. O pacote da Ranch é complementado com assistentes de condução, quadro de instrumentos digital, multimídia de 10 polegadas vertical, conexão com smartphones, carregamento por indução, climatização digital, assim como bancos revestidos em couro.
Assim, apesar do avanço da idade, a Toro segue praticamente sozinha em seu nicho de mercado. Sua única rival é a prima Rampage. Mas a Fiat não quer dar sopa para o azar. Afinal, a nova Oroch está a caminho e ainda tem esperada picape intermediária da VW.