Campanha levanta recursos para transformar ônibus em sebo itinerante

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
10/09/2020 às 16:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:30
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Quem admira o sebo a céu aberto que Odilon Tavares comanda há seis anos na esquina da avenida do Contorno com rua Grão Mogol, no bairro Carmo, região Centro-Sul de BH, tem apenas um dia para ajudar o “livreiro” a realizar seu sonho. Está no ar até esta sexta-feira (11) a campanha de financiamento coletivo para a aquisição de um ônibus, que será adaptado para abrigar moradia e o sebo itinerante de Odilon.

O objetivo é levantar R$ 150 mil e, até agora, foram arrecadados R$ 123 mil. A campanha é no estilo “tudo ou nada”, ou seja, o projeto só será implementado se a meta for alcançada. Veja aqui como participar

A campanha conta com diversas contribuições a partir de R$ 30. A recompensa vem em livros: você pode destinar livros sortidos para qualquer endereço a sua escolha. Se a meta for alcançada, os livros serão entregues em até 15 dias úteis após o término da arrecadação.

Sonhando com a concretização do projeto, Odilon já tem a adaptação do ônibus toda idealizada. “ Vamos retirar as poltronas, fazer uma limpeza geral, criar um quarto legal e montar um banheiro com chuveirinho e tudo. A ideia é dividir o ônibus para ser moradia e sebo, com várias prateleiras”, diz o “livreiro” de 58 anos.

A ideia é não fazer planos para os rumos que o sebo itinerante pode tomar. Qualquer lugar pode servir de abrigo para o ônibus. “Eu já tinha em mente a ideia do ônibus para minha aposentadoria, mas aí veio também a oportunidade de juntar com o sebo. Dá para trabalhar e morar. Poderia ficar em qualquer lugar, 30 dias em cada cidade”, relatou.Maurício Vieira

Odilon recebe doações de pessoas de várias regiões de Belo Horizonte

Após incêndio

Ex-catador de recicláveis, Odilon decidiu, há seis anos, vender os livros que encontrava em uma banquinha improvisada no bairro Carmo. Aos poucos, moradores e trabalhadores da região foram participando da iniciativa, comprando e doando títulos.

Tudo pareceu perdido na madrugada do dia 28 de junho deste ano, quando alguém colocou fogo em todos os livros que estavam no local. Porém, a história sensibilizou muitas pessoas, que foram até a rua Grão Mogol doar novos livros para que o sebo a céu aberto não morresse.

Hoje, Odilon conta com cerca de 30 mil livros e não viu seu negócio decair por causa do incêndio ou pela pandemia de Covid-19. “Graças a Deus tenho vendido bastante, a pandemia não me prejudicou. Já veio até gente do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul comprar livro comigo. A notícia do sebo foi para longe”, comemorou.

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