Em 'A Fazenda', ex-panicat diz que Gui Araújo não transa; entenda o que é a assexualidade

Bruno Inácio
24/09/2019 às 18:24.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:55
 (Reprodução/RecordTV)

(Reprodução/RecordTV)

A ex-panicat Arícia Silva comentou em rede nacional, nesta segunda-feira (23), que o apresentador Gui Araújo, ex-participante do "De Férias com o Ex", da MTV, é assexuado. O diálogo em que ela fala sobre a sexualidade de Araújo foi ao ar durante a noite no programa "A Fazenda", da RecordTV.

Arícia conversava com a modelo Jhenyfer Dulz, apelidada "Bifão", sobre conhecidos que tinham fora da casa. Bifão também já participou do show da MTV, e questionou Arícia sobre Gui, que já tinha falado sobre a ex-panicat com a modelo.

Sem pestanejar, Arícia respondeu “Nada a ver. Eu já fiquei com ele, mas zero chance agora. Acho que ele me odeia. É doido, assexuado, enfim”, disse. Outra participante do programa, a influenciadora digital Thayse Teixeira ainda perguntou se ele “não transava”, mas a pergunta ficou sem resposta.

Nas redes sociais, o apresentador respondeu as conversas sobre sua sexualidade:

Afinal, assexuados transam ou não? Eles não gostam de sexo? O Hoje em Dia conversou com especialistas sobre o assunto. A pesquisa Mosaico Brasil, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), mostra que, atualmente, 7,7% das mulheres e 2,5% dos homens são assexuais.

Orientação

Especialista em sexualidade, a psicóloga Sônia Eustáquia diz que é difícil para as pessoas sexuais compreenderem essa forma de sexualidade, mas que é mais fácil compreendê-la se pensarmos que as relações de afeto não estão necessariamente ligadas ao sexo em si.

“Os assexuados se relacionam como também fazem as outras orientações, como hetero, homo, bissexuais, etc. Contudo, a penetração não é algo que eles desejam, que seja necessário. A relação pode se limitar em conviver, no beijo, em dormir junto”, afirmou.

O problema, contudo, está na visão que outras pessoas dão à assexualidade. Pelo valor que a sociedade dá ao sexo, os assexuais muitas vezes são vistos como indivíduos de baixa autoestima ou que não possuem vida sexual satisfatória, o que é um equívoco, segundo a psicóloga.

“Essas pessoas vivem bem como são. Elas têm orientações como qualquer outra. Há homossexuais que no processo de construção de sua identidade tiveram sexo com pessoas de outro sexo, assim como heterossexuais que já transaram com pessoas do mesmo sexo. Assexuados podem transar em momentos da vida, mas não sentem falta disso. Vivem bem assim”, explicou.

Doença

A professora Carmita Abdo, coordenadora da pesquisa Mosaico Brasil, da USP, diz que para entender com mais facilidade a assexualidade pode-se procurar entender uma outra condição: a hipossexualidade. Esta é uma condição na qual a pessoa quer fazer sexo, mas não consegue, o que demanda tratamento.

“O desejo sexual hipoativo ou inibição do desejo é uma disfunção sexual porque traz desconforto, sofrimento e mal-estar para aquele ou aquela que está sem vontade para o sexo. As pessoas assexuais não se ressentem, não se angustiam e não sofrem por não sentir atração sexual”, comentou.

Afetivamente, as especialistas explicam que os assexuais podem se atrair por homens ou mulheres, e se atraírem também por pessoas de comportamento X ou Y, como inteligentes, carismáticas. Há também, dentre os assexuados, os que não são românticos, ou seja, não se atraem por ninguém, mesmo que seja pra ter uma relação sem sexo.

“Neste caso, podem ser tanto pessoas que se masturbam para satisfazer a libido, ou sequer se masturbam. São pessoas que não têm interesse por sexo, que não pensam em sexo, que não fantasiam e que não se mobilizam para uma atividade sexual”, salientou Abdo.

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