(BELLUAH PRODUÇÕES/DIVULGAÇÃO)
Entre os 18 títulos selecionados para a Mostra Contemporânea de curtas-metragens está “Memória Presença”, em que o diretor Gabriel Carneiro reposiciona retratos antigos de sua avó em imagens atuais de vários ambientes de espaço doméstico.
“Trabalho com um dispositivo que se repete nos quatro planos do filme. Há um set estático na minha casa e, aos poucos, uma imagem fotográfica diferente da mesma pessoa, trabalhada digitalmente, aparece. A luz e o som mudam com a entrada. A pessoa em questão é minha avó e, em alguns planos – e no pôster – está com ela meu avô, e eu, bebê”, destaca.
Apesar de uma execução simples, observa Carneiro, o curta tem uma ideia complexa por trás. “Há muitos anos a memória é o principal mote do meu trabalho. Queria uma maneira de não apenas mostrar a importância da memória – de sua preservação inclusive –, de como guardamos nosso passado, mas também de como ela repercute em nosso presente e em nosso futuro”.
Ele salienta que, por conta deste desejo, o título é até meio impositivo, em que a memória é também uma presença, habitando o diretor e a casa dele. “A minha avó Maria, que partiu há 24 anos, talvez seja a principal delas”, afirma Carneiro, que tem no currículo filmes como “Aquela Rua tão Triumpho” (2016) e “Esboçando Miziara” (2019).
Outro mote para o cineasta fazer “Memória Presença” foi a própria pandemia. “Ao pensar em como poderia fazer um filme em isolamento social, veio a ideia. Precisava de algo que pudesse fazer inteiramente sozinho – da direção ao som. Tecnicamente, é um trabalho bem simples, até mesmo por conta das limitações, mas acho que o resultado, nesse sentido, é satisfatório”.
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