(Facebook/Reprodução)
Fotos que circulam nas redes sociais mostrando obras no conjunto de imóveis do entorno do casarão onde o escritor mineiro Guimarães Rosa morou, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, acenderam o alerta de que o conjunto, tombado como Patrimônio Histórico Municipal, poderia estar sendo demolido. Segundo a Fundação Municipal de Cultura e a construtora Canopus, responsável pela obra, no entanto, as demolições acontecem apenas em estruturas sem valor histórico e o casarão - além de outras 12 casinhas do entorno - serão restaurados como parte do projeto de construção de um prédio de 25 andares atrás do casarão que abrigou o escritor.
Nos últimos dias, operários e máquinas vêm trabalhando no terreno, localizado na esquina das ruas Congonhas e Leopoldina, bairro Santo Antônio, região Centro-Sul da capital, endereço que foi moradia de um dos maiores romancistas brasileiros. Segundo o diretor de marketing e vendas da Canopus, Társio Barbosa, a estrutura demolida foi um "puxadinho", construção que não fazia parte do projeto original do conjunto. "O casarão não foi demolido. Isso não é verídico", garante. O diretor diz que há estruturas que não fazem parte do projeto de restauração "e estão sendo retiradas por questão de segurança".
A Fundação Municipal de Cultura explica que foi aprovado um projeto de restauração da antiga casa de Guimarães Rosa e de outras 12 que estão no mesmo local. Em nota, o órgão informou que o plano prevê "uma série de diretrizes que preservam e valorizam o imóvel. O projeto está sendo executado. Nenhuma casa foi demolida - todas estão sendo restauradas de acordo com projeto aprovado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural", informou a Fundação, em nota.
A restauração, segundo o diretor da Canopus, deve durar pelo menos dois anos, mas as obras só terão início depois que a área for "limpa", ou seja, quando forem removidas as estruturas que não fazem parte do projeto original. Ainda de acordo com o diretor, a previsão é de que a restauração seja concluída junto a com a entrega do prédio, que terá entrada diferente, pela rua São Domingos do Prata. "Existe um muro separando os imóveis tombados do prédio", ressaltou Barbosa.
Para a construtora conseguir o Habite-se - documento expedido pela prefeitura atestando que o imóvel está pronto para ser habitado - será preciso entregar as casas restauradas conforme o projeto aprovado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural.
Guimarães em BH
Nascido em 1908, em Cordisburgo, região Central, Guimarães Rosa passou parte da infância e a juventude na capital mineira, onde se formou em medicina e se casou. No período em que viveu na cidade, já despontava como um escritor promissor, premiado pela autoria de contos.
Foi também no quarteirão da rua Congonhas que, por anos, existiu o famoso Bar do Lulu. O imóvel também foi cenário da gravação do filme “O Menino Maluquinho”.
Leia mais:
Certidão comprova residência de Guimarães Rosa na rua Leopoldina
Movimento quer preservação da "casa" de Guimarães Rosa
Veja galeria de imagens das obras no conjunto de imóveis do entorno do casarão