Deputada Federal do PSL presta depoimento em BH sobre 'candidaturas-laranja'

Da Redação
13/05/2019 às 16:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:38
 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

(Rovena Rosa/Agência Brasil)

A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) foi ouvida como testemunha, nesta segunda-feira (13), pela Polícia Federal, em Belo Horizonte, no inquérito que investiga uso de “candidaturas-laranja” de mulheres no partido para desvio de recurso público.

Segundo a deputada, ela reforçou apenas o que já havia dito, de que a legenda usou candidaturas para fazer os desvios. "Eu fui ouvida especificamente sobre os casos das candidaturas-laranja e falei sobre as denúncias. Fui perguntada se sabia para onde teria ido o dinheiro. Disse que não e que caberia à investigação", contou.

Desde fevereiro, a PF apura a denúncia de quatro candidatas aos cargos de deputadas estadual e federal do PSL, que afirmam terem sido usadas como laranjas do partido no pleito de 2018. Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), as candidatas acusam o atual ministro do Turismo de ser o pivô do esquema ao cobrar a devolução para o diretório do PSL de parte do dinheiro destinado às candidaturas femininas. O objetivo, segundo a PF, seria maquiar para a Justiça Eleitoral a destinação obrigatória de 30% do dinheiro do Fundo Eleitoral para as mulheres.

Até o momento, as investigações da PF apontam que as candidaturas-laranja tiveram um custo até 30 vezes maior do que outras do PSL em Minas. Enquanto uma candidatura de um deputado eleito gera um gasto médio de R$ 10 por voto, no caso dessas candidatas o gasto ficou entre R$ 150 e R$ 300, segundo o delegado federal Marinho Rezende, que conduz as investigações. 

Operação

No fim de abril, a Polícia Federal (PF) cumpriu uma operação batizada de “Sufrágio Ostentação”, que cumpriu mandados de apreensão em sete gráficas de Minas que teriam imprimido materiais de campanha das supostas candidaturas-laranja e apreendeu documentos e computadores na sede do PSL de Belo Horizonte. Ninguém foi preso.

Na ocasião, o delegado federal Marinho Rezende, disse que, caso seja comprovado o crime eleitoral, a segunda fase da operação irá investigar os dirigentes do PSL em Minas, incluindo o ministro Marcelo Álvaro Antônio, que presidiu o PSL-MG no ano passado. 

No mesmo dia, por meio de nota, o Ministério do Turismo informou que “o ministro Marcelo Álvaro Antônio reitera que o partido seguiu rigorosamente o que determina a legislação eleitoral”. No comunicado, o ministro também afirma que “há mais de um mês” se ofereceu “para prestar depoimento às autoridades do caso” e que as investigações são resultado de “uma disputa política local”.

Outras denúncias

A primeira denúncia formal do suposto esquema fraudulento de desvio de verba eleitoral veio da ex-candidata Cleuzenir Barbosa, que concorreu ao cargo de deputada estadual pelo PSL ano passado. Em entrevista ao Hoje em Dia, Cleuzenir disse que foi surpreendida ao receber as mensagens dos assessores do partido pedindo o desvio da verba. Após a recusa, Cleuzenir, que chegou a fazer dobradinha eleitoral com o então candidato a deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, afirma que foi excluída dos grupos de campanha e vetada da agenda do PSL para divulgar a própria candidatura.

Cleuzenir mora em Portugal desde dezembro de 2018. 

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