
Primeira mulher trans a assumir uma vaga na Câmara Municipal de Belo Horizonte, Duda Salabert defendeu nesta sexta-feira (1º) respeito à diversidade na Casa. Durante a posse dos vereadores, nesta sexta-feira (1º), a parlamentar mais votada no pleito de 2020 destacou que as diferenças não podem causar a separação entre os colegas.

“Aqui, nesta Casa, temos 41 vereadores e vereadoras com uma diversidade ideológica, política, de crença, de fé. Que esta diversidade seja ferramenta para nos fortalecer e nos colocar a serviço da promoção da saúde humana, ambiental, humana, fiscal do município”, disse.
Duda Salabert afirmou esperar que a Câmara não volte a ser alvo de notícias criminosas. “Espero que nenhum vereador saia desta Casa preso por racismo ou transfobia”, comentou.
A parlamentar afirmou ser evangélica e se colocou à disposição da bancada cristã. “Para a gente fazer um exercício daquilo que Cristo nos ensinou, que é o respeito e o amor, e não o ódio, a intolerância, a violência e o crime”, acrescentou.
História
A trajetória de vida e política também foi reforçada por Duda Salabert durante o seu discurso. “É uma honra falar aqui hoje. Pela primeira vez na história dessa cidade, uma mulher travesti transsexual é eleita. Estamos fazendo história sendo a vereadora e a professora mais votada da história deste município e que dificilmente alguém vai conseguir me superar. Me, não. Nos superar”, disse.
O primeiro dia como vereadora de Belo Horizonte começa com outro desafio para Duda Salabert. Ela contou que, na noite de quinta-feira (31), recebeu a notícia de que a mãe, que mora no interior do Rio de Janeiro, está com Covid-19. O estado de saúde dela é considerado grave.
“Eu tenho uma filha de 1 ano. É dilacerante a gente ter o sentimento de saber que possivelmente ela não irá conhecer a avó. Esse sentimento não é só meu, mas de milhares de brasileiros”, disse.
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