Hora da fartura

Alta de preços é desafio para bufês que buscam renda extra no Natal

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
22/12/2022 às 11:26.
Atualizado em 22/12/2022 às 11:28

Há 17 anos a chef Camila Bitencourt trabalha no setor de bufês, preparando pratos especiais para jantares, cerimônias e datas comemorativas. Ela garante que o Natal e o Ano Novo são um presente para as empresas do setor. “É o movimento das festas de fim de ano que garantem um início de ano tranquilo. Nesta época, a gente trabalha bastante. Depois, em janeiro, as festas diminuem muito com o período de férias e os ganhos de agora garantem os próximos meses”, afirma.

Mas, neste ano, o setor precisa driblar uma inflação pesada, que fez os preços dos alimentos dispararem em 2022. Somente a cesta natalina – com produtos típicos desse período – teve alta de 10%, de acordo com pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Esse cenário tem exigido pesquisa e criatividade dos profissionais para garantir os ganhos do período.

“Não é a mesma coisa do ano passado. Alguns ingredientes, como o bacalhau, estão mais caros. Tivemos que fazer pratos intermediários. Mas outros itens estão mais baratos. O importante, tanto para os bufês quanto para os outros consumidores, é pesquisar”, afirma a chef Camila Bitencourt.

Ela sempre se preocupa em criar opções de cardápio para todos os gostos e todos os bolsos. Dessa forma, garantiu opções mais em conta aos consumidores por meio do uso de grãos e pela escolha de carnes com melhor preço, como o pernil, que teve queda de 9%, segundo a Fipe.

Aquecimento

Apesar do cenário de carestia, a confeiteira Ana Carolina Paranhos acredita na alta do faturamento. Ela criou um cardápio especial para atender as encomendas de Natal. “As expectativas são bastante positivas com as vendas deste ano. A gente espera um crescimento de 20% a 30% nos pedidos e aceita encomendas”, afirma.

Crescimento motivado por pessoas que buscam praticidade e aquele sabor especial e diferenciado para a ceia – de Natal ou Ano Novo –, mesmo pagando um pouquinho a mais. É o caso de Vanessa Ferreira, de 30 anos. Ela é freguesa desse tipo de serviço. “Eu e meu marido temos famílias pequenas e fazemos uma ceia com poucos convidados. Então, esse tipo de serviço é o que melhor nos atende. É um tipo de comida diferenciada, não suja panela, tudo de bom”, brinca.

Natal tardio

E se o ritmo já estava intenso algumas semanas antes das datas comemorativas, nesta reta final ficou ainda mais frenético. Segundo a chef Camila Bitencourt, as pessoas demoraram mais que o comum para se envolverem nos preparativos das festas de fim de ano. Ela acredita que isso tenha sido reflexo da Copa do Mundo. Mas, na última semana, os pedidos cresceram bastante e já superam o movimento de 2021.

“No ano passado já tivemos um bom ano, pois a Covid ainda era um fator restritivo para os restaurantes e muitas famílias optaram por ceias menores, em casa. Isso acabou favorecendo os bufês. Mas estamos conseguindo vendas ainda melhores”, diz.

E se o movimento cresce, a equipe também precisa ser reforçada. Só na empresa “Buffet Fora do Comum”, da chef Camila, a equipe dobrou de tamanho: foram contratadas quatro pessoas para atender as demandas de dezembro e outras quatro só para dar conta das demandas do sábado de Natal.

Preços

E você deve estar se perguntando: quanto fica uma ceia de Natal? Será que vale mais a pena do que fazer em casa ou ir para um restaurante? A resposta é: depende. Depende do quanto você quer ou pode gastar, se você está disposto ou não a pilotar o fogão no dia da festa e se prefere o ambiente intimista da sua casa ou de amigos ou a descontração em um restaurante.

Montamos uma ceia baseada nos produtos e preços oferecidos pelo buffet da chef Camila. É até difícil decidir o cardápio de tantas opções que enchem os olhos e dão água na boca. Os valores são apresentados por prato e o cliente pode escolher e montar a ceia que desejar. 

Com as opções que escolhemos, uma ceia para cinco pessoas com entrada, grãos, acompanhamento, carne, massa e sobremesa ficou em R$ 695 – o que daria R$ 139 por pessoa –, fora as bebidas. Tudo entregue em casa, pronto para consumir, mantendo a cozinha em ordem. E então, vale ou não a pena?

Veja o cardápio que montamos:

  • Entrada - Figo fresco com gorgonzola, farofa de nozes e mel (10 unidades) - R$ 100
  • Grãos - Arroz 7 grãos com cogumelos (1/2 forma) - R$ 47,50
  • Acompanhamento - Farofa natalina (500g) - R$ 67,50
  • Carne - Tender rústico (serve 10 pessoas) - R$ 290
  • Massa - Capelazzi de camarão al limone e cream cheese (500g) - R$ 120
  • Sobremesa - Bolo piscina de pistache com geleia de frutas vermelhas e leite ninho (serve 5 pessoas) - R$ 70
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