(Arquivo Hoje em Dia)
Quem busca por aluguel residencial em Belo Horizonte encontra baixa oferta de imóveis e preços pesados para o bolso. Segundo relatório de preços do Imovelweb, um dos maiores portais imobiliários do País, o valor médio mensal para apartamentos de dois quartos e 65 m², registrado em maio, está em R$ 1.724, uma alta de 0,8% em relação a abril.
No acumulado de 2022, os preços do aluguel aumentaram no ritmo do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e acima da inflação. Conforme último boletim da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado no mês passado, o IGP-M registrou alta de 10,72% nos últimos 12 meses. O preço do aluguel na capital mineira subiu 2% acima da inflação e do próprio IGPM.
Oferta e procura
De acordo com a Diretora de Marketing do Imovelweb, Angélica Quintela, desde maio de 2020, o setor tem percebido um crescimento contínuo na busca por imóveis na capital e os preços refletem a "lei da oferta e da procura". “A pandemia revelou para muita gente a necessidade do aluguel de espaços maiores, com mais ambientes até mesmo para utilizar como área de trabalho, em função do home office”, diz. “Há muita procura e pouquíssima oferta na cidade", sintetiza Quintela.
Análise por região
Os dados da pesquisa apontam que na análise por região, a Centro-Sul registrou o maior preço médio de aluguel no mês de maio (R$ 2.166). Já Venda Nova ficou com o menor valor médio, custando R$ 1.094 ao mês. Também foram muito procurados e valorizados, os imóveis localizados nas regiões Leste, Oeste e Pampulha.
Para quem busca alugar um imóvel na capital mineira, os bairros Jaqueline, Bonfim e Juliana estão entre os mais baratos, segundo o levantamento. Já Liberdade, Belvedere e Savassi são os mais caros.
De acordo com a vice-presidente de Administradoras de Imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Flávia Vieira, a predominância do modelo de trabalho híbrido ou presencial e a volta às aulas garantiram a retomada pela procura das áreas da cidade que ficam próximas aos grandes colégios e universidades, bem como das tradicionais regiões onde se localizam escritórios e áreas comerciais.
“Ninguém quer enfrentar trânsito e congestionamento para trabalhar ou estudar. É um movimento oposto ao do começo da pandemia, quando todo mundo queria fugir dos grandes centros”, afirma.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Condomínios de Minas Gerais (Sindicon-MG), Carlos Eduardo Alves Queiroz, o preço do aluguel, somado com IPTU e taxa de condomínio preocupa os inquilinos na capital. “Muita gente negociou e ainda está negociando os preços dos aluguéis em busca de condições melhores e é isso que precisa mesmo ser feito, pois os preços estavam muito altos antes da pandemia”, ressalta.
De acordo com Carlos Eduardo, o cenário, que não é bom, pode ficar ainda pior, porque 2022 é ano de Copa do Mundo, eleições e passa por incertezas na área econômica, que levam em conta o cenário de alta do dólar e combustíveis. “Acredito que esse segundo semestre ainda será muito difícil. Apesar do índice de desemprego ter baixado, o ‘custo de vida’ está muito alto”, diz.
Veja as médias de preço por região:
VENDA NOVA
R$ 1.094
NORTE
R$ 1.148
NOROESTE
R$ 1.222
NORDESTE
R$ 1.432
LESTE
R$ 1.504
OESTE
R$ 1.586
PAMPULHA
R$ 1.687
CENTRO-SUL
R$ 2.166
Preço médio do aluguel nos bairros de Belo Horizonte:
Mais baratos
Jaqueline
R$ 945
Bonfim
R$ 984
Juliana
R$ 1.056
Mais caros
Liberdade
R$ 2.656
Belvedere
R$ 2.972
Savassi
R$ 3.091
Imóveis à venda
Maio fechou em média de R$ 5.644 por m², subindo 0,2%. O aumento dos valores vem desacelerando pelo quarto mês. Em 2022, os preços subiram 2,6% enquanto a inflação acumula +4,9%. Nos últimos 12 meses, a queda real dos valores dos apartamentos na cidade ficou em 5,5 %.
O apartamento padrão em Belo Horizonte de dois quartos e 65 m² tem um preço de R$ 370 mil. Já o apartamento padrão de três quartos e 95 m² custa R$ 530 mil.
Segundo o relatório, a análise por bairros, o Ribeiro de Abreu é o mais econômico, custando R$ 2.405 por m². Em contrapartida, Santo Agostinho fechou o mês de maio como o mais caro, custando R$ 11.897 por m².
Valor médio do m² por bairro:
Mais baratos
Ribeiro de Abreu
R$ 2.405/m²
Flávio de Oliveira
R$ 2.515/m²
Conjunto Califórnia II
R$ 2.567/m²
Mais caros
Savassi
R$ 11.250/m²
Braúnas
R$ 11.500/m²
Santo Agostinho
R$ 11.897/m²
Rentabilidade
O índice de rentabilidade imobiliária relaciona o preço de venda e valor de locação do imóvel para verificar o tempo necessário para recuperar o dinheiro utilizado na aquisição do imóvel. O relatório de maio apontou um índice de 3,46% bruto anual, o que significa que são necessários 28,9 anos de aluguel para reembolsar o investimento de compra, 1,3% a menos que um ano atrás.
Venda Nova é a região que oferece maior retorno para os investidores. Estoril e Paquetá são os melhores bairros para quem busca renda.
Rentabilidade por região:
NORTE
1,9%
NORDESTE
2,8%
LESTE
3,2%
PAMPULHA
3,5%
OESTE
3,5%
CENTRO-SUL
3,7%
NOROESTE
3,7%
VENDA NOVA
3,9%
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