economia

Com aumento acima da inflação, imóveis para alugar em BH têm preços altos e baixa oferta

Izamara Arcanjo
Especial para o Hoje em Dia
29/06/2022 às 16:32.
Atualizado em 29/06/2022 às 16:35
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Quem busca por aluguel residencial em Belo Horizonte encontra baixa oferta de imóveis e preços pesados para o bolso. Segundo relatório de preços do Imovelweb, um dos maiores portais imobiliários do País, o valor médio mensal para apartamentos de dois quartos e 65 m², registrado em maio, está em R$ 1.724, uma alta de 0,8% em relação a abril.

No acumulado de 2022, os preços do aluguel aumentaram no ritmo do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e acima da inflação. Conforme último boletim da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado no mês passado, o IGP-M registrou alta de 10,72% nos últimos 12 meses. O preço do aluguel na capital mineira subiu 2% acima da inflação e do próprio IGPM.

Oferta e procura

De acordo com a Diretora de Marketing do Imovelweb, Angélica Quintela, desde maio de 2020, o setor tem percebido um crescimento contínuo na busca por imóveis na capital e os preços refletem a "lei da oferta e da procura". “A pandemia revelou para muita gente a necessidade do aluguel de espaços maiores, com mais ambientes até mesmo para utilizar como área de trabalho, em função do home office”, diz. “Há muita procura e pouquíssima oferta na cidade", sintetiza Quintela.

Análise por região

Os dados da pesquisa apontam que na análise por região, a Centro-Sul registrou o maior preço médio de aluguel no mês de maio (R$ 2.166). Já Venda Nova ficou com o menor valor médio, custando R$ 1.094 ao mês. Também foram muito procurados e valorizados, os imóveis localizados nas regiões Leste, Oeste e Pampulha.

Para quem busca alugar um imóvel na capital mineira, os bairros Jaqueline, Bonfim e Juliana estão entre os mais baratos, segundo o levantamento. Já Liberdade, Belvedere e Savassi são os mais caros.

De acordo com a vice-presidente de Administradoras de Imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Flávia Vieira, a predominância do modelo de trabalho híbrido ou presencial e a volta às aulas garantiram a retomada pela procura das áreas da cidade que ficam próximas aos grandes colégios e universidades, bem como das tradicionais regiões onde se localizam escritórios e áreas comerciais.

“Ninguém quer enfrentar trânsito e congestionamento para trabalhar ou estudar. É um movimento oposto ao do começo da pandemia, quando todo mundo queria fugir dos grandes centros”, afirma.

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Condomínios de Minas Gerais (Sindicon-MG), Carlos Eduardo Alves Queiroz, o preço do aluguel, somado com IPTU e taxa de condomínio preocupa os inquilinos na capital. “Muita gente negociou e ainda está negociando os preços dos aluguéis em busca de condições melhores e é isso que precisa mesmo ser feito, pois os preços estavam muito altos antes da pandemia”, ressalta.

De acordo com Carlos Eduardo, o cenário, que não é bom, pode ficar ainda pior, porque 2022 é ano de Copa do Mundo, eleições e passa por incertezas na área econômica, que levam em conta o cenário de alta do dólar e combustíveis. “Acredito que esse segundo semestre ainda será muito difícil. Apesar do índice de desemprego ter baixado, o ‘custo de vida’ está muito alto”, diz.

“Os salários não estão dando conta dos gastos. Sugiro que os donos de imóveis e locatários encontrem um bom termo para o aluguel ou continue negociando, porque as coisas vão demorar a ficar favoráveis para quem precisa alugar”, pondera.

Veja as médias de preço por região:

VENDA NOVA

R$ 1.094

NORTE

R$ 1.148

NOROESTE

R$ 1.222

NORDESTE

R$ 1.432

LESTE

R$ 1.504

OESTE

R$ 1.586

PAMPULHA

R$ 1.687

CENTRO-SUL

R$ 2.166

Preço médio do aluguel nos bairros de Belo Horizonte:

Mais baratos

Jaqueline

R$ 945

Bonfim

R$ 984

Juliana

R$ 1.056

Mais caros

Liberdade

R$ 2.656

Belvedere

R$ 2.972

Savassi

R$ 3.091

Imóveis à venda

Maio fechou em média de R$ 5.644 por m², subindo 0,2%. O aumento dos valores vem desacelerando pelo quarto mês. Em 2022, os preços subiram 2,6% enquanto a inflação acumula +4,9%. Nos últimos 12 meses, a queda real dos valores dos apartamentos na cidade ficou em 5,5 %.

O apartamento padrão em Belo Horizonte de dois quartos e 65 m² tem um preço de R$ 370 mil. Já o apartamento padrão de três quartos e 95 m² custa R$ 530 mil.

Segundo o relatório, a análise por bairros, o Ribeiro de Abreu é o mais econômico, custando R$ 2.405 por m². Em contrapartida, Santo Agostinho fechou o mês de maio como o mais caro, custando R$ 11.897 por m².

Valor médio do m² por bairro:

Mais baratos

Ribeiro de Abreu

R$ 2.405/m²

Flávio de Oliveira

R$ 2.515/m²

Conjunto Califórnia II

R$ 2.567/m²

Mais caros 

Savassi

R$ 11.250/m²

Braúnas

R$ 11.500/m²

Santo Agostinho

R$ 11.897/m²

Rentabilidade

O índice de rentabilidade imobiliária relaciona o preço de venda e valor de locação do imóvel para verificar o tempo necessário para recuperar o dinheiro utilizado na aquisição do imóvel. O relatório de maio apontou um índice de 3,46% bruto anual, o que significa que são necessários 28,9 anos de aluguel para reembolsar o investimento de compra, 1,3% a menos que um ano atrás.

Venda Nova é a região que oferece maior retorno para os investidores. Estoril e Paquetá são os melhores bairros para quem busca renda.

Rentabilidade por região:

NORTE

1,9%

NORDESTE

2,8%

LESTE

3,2%

PAMPULHA

3,5%

OESTE

3,5%

CENTRO-SUL

3,7%

NOROESTE

3,7%

VENDA NOVA

3,9%

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