Desmonte da hotelaria: Ambassy, no centro de BH, vai a leilão e, como o Othon, fica sem comprador

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
14/04/2021 às 20:12.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:41
 (Ambassy/Divulgação)

(Ambassy/Divulgação)

O segundo leilão de um tradicional hotel de Belo Horizonte em menos de seis meses – o primeiro foi o do Othon Palace, em outubro de 2020 – terminou da mesma maneira que o anterior: em frustração. Desta vez, o estabelecimento à venda, em pregão realizado ontem, era o antigo Ambassy, localizado na esquina da rua Caetés e avenida Afonso Pena, no Centro da capital. O imóvel, avaliado em R$ 16,7 milhões, tinha o lance mínimo de metade do valor – R$ 8,35 milhões – , mas não atraiu compradores.

Mesmo sem interessados na primeira tentativa de venda, contudo, o procedimento , assim como o realizado no caso do Othon – cujo lance mínimo, igualmente sem arremate, foi de R$ 30 milhões –, foi mais um passo na acelerada deterioração do setor hoteleiro da cidade, severamente impactado pela pandemia da Covid-19.

O hotel Amabassy foi inaugurado em 1967, com 67 apartamentos distribuídos em 12 andares e 2.810 metros quadrados de área construída. Situado a poucos metros da Rodoviária e perto também da Praça da Estação, era um dos símbolos de praticidade dos tempo em que a chegada na capital mineira se deva mais por meios terrestres. 

Com estrutura obsoleta, frente aos novos empreendimentos do setor, o hotel perdeu espaço e chegou, nos últimos anos, a ser operado pela rede Mak Hotéis, mas acabou fechando as portas em 2017.

Para o consultor estratégico em turismo e hotelaria, Maarten van Sluys, o destino do velho Ambassy deverá ser o de outros espaços de hotelaria da capital, que, sem investimentos para modernização das estruturas e sem demanda por clientes, em meiko à pandemia, tendem a fechar as portas em definitivo. 

“A crise que se abateu sobre o setor é sem precedentes e, infelizmente, a rede hoteleira vai ter que ser revista após a crise”, destaca.

Ninguém duvida de que o excesso de novos empreendimentos surgidos na capital na última década – alavancados pelo boom de incentivos ao setor ainda antes da Copa do Mundo de 2014 –, aliado à crise econômica gerada pela pandemia, deve ser a pá de cal nos hoteis mais antigos. 

Encolhimento

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hóteis em Minas Gerais (ABIH-MG), Guilherme Sanzon, a rede hoteleira, no caso do Estado, pode encolher em até 50%. 

“Numa análise bem otimista, só vamos retomar os níveis de faturamento de 2019 lá em 2023. E, nesse caminho, muitos empreendimentos vão fechar as portas”, lamenta.

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