No vermelho

Endividamento e inflação deixam bares e restaurantes no prejuízo em janeiro em Minas

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
14/03/2023 às 18:51.
Atualizado em 14/03/2023 às 19:20

Um em cada cinco (20%) bares e restaurantes de Minas Gerais encerraram janeiro no prejuízo. As principais razões para terminar o mês no vermelho foram o pagamento de empréstimos feitos durante a pandemia e a inflação, que tem pesado nas contas do setor. Os dados são de uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), divulgada nesta terça-feira (14), e que ouviu comerciantes de todo o Estado.

Segundo o levantamento, 36% dos entrevistados fecharam janeiro com as contas estáveis e 44% tiveram lucro, o que representa uma porcentagem menor que a da última pesquisa da Abrasel.

Tradicionalmente, o início do ano traz números ruins para o setor em Minas, devido ao menor número de consumidores, que preferem usar o período para viajar, especialmente para fora do Estado. Porém, o resultado causa preocupação, já que se soma à dificuldade dos empreendedores em quitar dívidas.

De acordo com o levantamento da associação, 65% dos bares e restaurantes têm empréstimos contratados e 17% não conseguem manter o pagamento em dia. "O mais alarmante é que cerca de 10% do faturamento das empresas que recorreram à linhas de crédito é voltado para o pagamento das parcelas”, afirma Matheus Daniel, presidente da Abrasel-MG.

Outro ponto que chama a atenção é o fato de os comerciantes não repassarem aos consumidores os reflexos da inflação e, assim, sofrerem perdas no faturamento. Segundo a Abrasel, 52% dos empresários não conseguem reajustar os preços conforme a média da inflação – que foi de 5,77% no período. Outros 38% aumentaram os valores do cardápio conforme e apenas 10% fizeram reajustes acima do índice.

Emprego
A pesquisa da Abrasel revela ainda que 13% dos empresários do setor de alimentação aumentaram o quadro de funcionários em janeiro, em comparação com dezembro de 2022, enquanto 18% reduziram o quadro de pessoal.

Outros 69% mantiveram o mesmo número de colaboradores. Já 41% dizem que esperam aumentar a equipe ao longo deste ano. “Esperamos que esses números, de fato, melhorem, pois sabemos o quanto o nosso setor é crucial para a geração de empregos não só em Minas como no país”, enfatiza Matheus Daniel.

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