O economista americano Lawrence Summers abriu a programação principal do último dia do XP Expert 2022, nesta quinta-feira (4), em São Paulo. O evento é considerado pela XP INC, grupo que reúne três corretoras, como o maior festival de investimentos do mundo, com 30 mil ingressos vendidos para o Expo Imigrantes e 1 milhão de viewers na internet, para assistir às 35 horas de palestras em dois dias.

Summers é presidente emérito da Universidade de Harvard, uma das mais conceituadas instituições de ensino norte americanas. E foi secretário do Tesouro dos Estados Unidos, no último ano e meio da presidência de Bill Clinton. Em São Paulo, ele falou sobre o que vai acontecer com o mundo e sobre política monetária.

Lawrence Summers disse que a economia americana está surfando em uma onda. "Temos uma inflação alta e um mercado restrito. Posso estar enganado, mas acredito que vamos enfrentar uma recessão pelos próximos 18 meses", declarou. 

Usando uma analogia de um carro em movimento, o economista fez uma avaliação sobre a política econômica americana e a atuação do FED (Banco Central dos EUA) e disse que "você tem que pisar mais fortemente no freio quando o carro está mais pesado para conseguir parar", em uma referência sobre a taxa de juros e a inflação. E reconheceu que "a inflação nos Estados Unidos realmente parece estar superaquecendo."

Summer disse que o BD americano está "feliz" em pagar pelas taxas de desemprego par conter a inflação. E que é preciso fazer mais do que isso, porque a recessão de agora terá repercussões nos próximos três anos. 

Sobre os países da América Latina que também sofrem impactos da inflação na economia e a relação entre os governos e os bancos centrais, Lawrence lembrou que é "mais fácil manter o controle do que perder o controle e perder". E ilustrou dizendo que normalmente na baixa do mercado as pessoas que estão preocupadas com o mercado retiram o dinheiro. E que quando ele se recupera, dificilmente o dinheiro volta. "Meu conselho é entender o que está acontecendo para ajustar as carteiras".

E finalizou dizendo que está mais preocupado com as fake news sobre supostas fraudes nos resultados das eleições de 2020, com a pornografia na internet ou com a falta de controle sobre o que crianças de 10 anos pode assistir. "A gente precisa de um sistema regulatório tão moderno quanto os mercados. Nós precisamos rever nossas regulações", finalizou.

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