A XP INC, grupo que reúne as corretoras XP, Rico e Clear, reúne, nesta semana, um milhão de pessoas na internet e mais 30 mil presencialmente no Expert XP, o maior evento de investimentos do mundo, que acontece em São Paulo.

Ao todo, foram vendidos 15 mil ingressos para cada um dos dois dias de evento e não há mais nenhum disponível. E é preciso ter fôlego para visitar stands de 150 expositores e encarar 35 horas com mais de 250 palestrantes.

Participantes contam com a presença de um time de estrelas, que inclui o megainvestidor americano Howard Marks, sócio fundador e vice-presidente da Oaktree Capital Management, maior empresa de private equity do mundo, o ministro da Economia Paulo Guedes, a presidente da Caixa, Daniella Marques, e a tenista norte-americana Serena Williams.

Para quem não conhece a história da XP, corretora que administra R$ 872 bilhões de 3,5 milhões de clientes ativos, a empresa recriou o escritório modesto, em que começou em maio de 2001. Com os R$ 15 mil de capital inicial, só dava mesmo para alugar uma sala comercial em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e comprar computadores usados de uma lan house.

(Luciane Amaral)

Guilherme Benchimol gosta de contar que errou muito no início da carreira. Chegou a vender o carro e pedir dinheiro emprestado para enfrentar os apertos. “Na minha fase de garoto e quando comecei a XP tive muitos fracassos na vida. (...) Depois, quando você aprende a administrar, dá um orgulho muito grande de saber que, de certa forma, a empresa que você começou ajuda outras pessoas”, destaca.

Depois de 20 anos à frente da empresa, Benchimol deixou o cargo de CEO para “ter mais tempo, para fazer outras coisas”. E seu sucessor, o mineiro de Araxá, Thiago Mafra, conta que foi surpreendido com o pedido do chefe.

“Um dia ele me ligou do nada e disse: ‘Thiago, eu tô com uma ideia aqui, tô pensando que um dia eu gostaria que você assumisse a cadeira’. Foi um choque (...) um mix de assustado e animado. Passou uns dois dias ele me ligou aquela história lá a gente não devia esperar dois anos, não. Me deu um frio na barriga”, conta animado.

E Gustavo aplica na empresa um dos princípios básicos das startups - não ter medo de errar e recomeçar rápido para acertar - “um estilo rápido de fazer as coisas”, diz Mafra.

Hoje com 6,5 mil funcionários (3,5 mil atuam virtualmente em diversos estados brasileiros), a empresa incentiva seus colaboradores a “pensar fora da caixa e inovar”.

Guilherme fala que está sempre aberto a ouvir e considera que tem uma postura humilde. “Ninguém gosta de trabalhar ou estar perto de uma pessoa que sabe tudo, ainda mais na vida empresarial”, pondera.

Otimista, Benchimol considera que a pobreza no mundo está diminuindo e afirma que os próximos cinco anos serão os melhores.

“O nosso time é um time que sempre acredita que dá para melhorar, independentemente do cenário e das condições. E, se você não acredita que consegue fazer melhor, você nunca vai fazer melhor. Se você acredita que dá, tem alguma chance de dar”, destaca.

O discurso do CEO está bem alinhado com essa avaliação. “Em 2021, a gente dobrou receita e lucro. A oportunidade que a gente tem no Brasil é enorme. O sistema financeiro é muito concentrado – 85% estão nas mãos de grandes bancos. 75% dos investimentos estão nos grandes bancos. Então, a oportunidade está aqui”, afirma Mafra.

Agora, a XP, segundo o executivo, tem entre 6% e 7% do market share de investimentos no país. Vale lembrar que a corretora já foi de uma holding de um dos maiores bancos particulares do país - a Itaúsa. E vai atrás dos “bancões” e, nós útlimos dois anos, vem avançando em novos produtos, como cartão, seguros.
“A gente vai ser uma plataforma única que resolve os problemas dos nossos clientes”, finaliza.