Fiemg aponta freio na produção e menos emprego com Selic a 15%
Federação das Indústrias de Minas avalia que manutenção da taxa de juros pode atrasar a retomada do crescimento econômico
A decisão do Conselho de Política Monetária (Compom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva desagrafou a indústria mineira. Na avaliação da Fiemg, a federação do setor no Estado, a decisão mantem o ambiente econômico sob forte restrição. Entre os efeitos estariam freio no ritmo de produção e menor geração de emprego.
O custo do crédito elevado afeta diretamente a capacidade das empresas de manter suas operações e planejar novos investimentos, pontua a Fiemg. “Com a Selic elevada por mais tempo, as empresas terão mais dificuldade para financiar capital de giro e investir em novos projetos”, alerta Flávio Roscoe, presidente da entidade.
A demanda doméstica também sofrerá forte impacto. Com o crédito ao consumo mais caro, as famílias reduzem compras de maior valor, o que afeta diretamente setores como o automotivo, o eletroeletrônico e a construção civil, destaca análise da Fiemg. Esses segmentos dependem das condições de crédito e do poder de compra da população.
“Quando o consumo encolhe, a indústria sente o efeito em cadeia, postergando planos de expansão, e enfraquecendo a capacidade produtiva do país”, enfatiza Roscoe.
Risco de perda de competitividade preocupa
Aina na avaliação da Fiemg, outro problema provocado pela manutenção dos juros em patamar elevado é a deterioração do parque industrial. Segundo a entidade mineira, mMuitos empresários adiam a modernização das plantas e a compra de equipamentos, o que compromete a competitividade da indústria brasileira frente à concorrência internacional.
“O Brasil precisa alinhar a política monetária ao esforço de dinamização do setor industrial, sem sufocar a força produtiva da sua indústria”, pondera Roscoe.
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