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Ministro Paulo Guedes diz que o Brasil é o país das reformas invisíveis

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
03/08/2022 às 21:30.
Atualizado em 03/08/2022 às 21:37
"Nós queremos aliviar a população", diz Paulo Guedes sobre reforma tributária "invisível" (Luciane Amaral / Hoje em Dia)

"Nós queremos aliviar a população", diz Paulo Guedes sobre reforma tributária "invisível" (Luciane Amaral / Hoje em Dia)

“O Banco Central é independente”, disse o Ministro da Economia, Paulo Guedes, durante palestra no festival de investimentos Expert XP, nesta quarta-feira (3), em São Paulo (SP). A declaração veio pouco tempo depois do anúncio pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, do 12º aumento consecutivo na taxa de juros, que passou de 13,25% ao ano para 13,75% ao ano – alta de 0,5 ponto percentual. Foi o único comentário do ministro sobre a alta da Selic. “Cada um tem a sua função”.

Guedes falou a investidores do mercado de capitais e financistas que o Governo vem promovendo reformas invisíveis. E citou o projeto de reforma tributária que tramita na Câmara dos Deputados, dizendo que o governo não vai “mexer” com médicos e escritórios de advocacia.

E mandou um recado aos empresários: “Você não tem que ter vergonha de ser rico, você tem que ter vergonha de não pagar imposto”, numa referência à cobrança dos trabalhadores que têm descontos de até 27,5% na fonte, enquanto o patrão se gaba de não pagar imposto.

O ministro explicou que pretende taxar – caso o projeto do Executivo seja aprovado – em 15% 66 mil brasileiros que faturam alto com dividendos. “Na reforma tributária está escrito que vamos taxar lucros e dividendos e é só acima de meio milhão por mês.”

Responsável pela política econômica do presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição, Guedes disse que parte das reformas invisíveis que sua gestão vem promovendo passa pela redução das alíquotas de IPI e ICMS.

“Queriam subsídio dos combustíveis. Nós não demos, nós baixamos impostos”, ressaltou. E explicou que a reforma tributária invisível também passou pelo corte em impostos na energia elétrica. “Nós queremos aliviar a população”.

O ministro disse que o país vai fechar o ano com superávit de 2,5%. Afirmou que o índice poderia chegar a 3% ou 4%, mas o cenário internacional desfavorável com o conflito na Ucrânia, que afetou a logística de importação de petróleo, fertilizantes e grãos, impactou a previsão de crescimento.

Ele comparou as medidas adotadas pelo Governo Federal com a Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. “Toda vez que tiver uma guerra, uma pandemia, o teto é retrátil. Nós fomos o único país que gastou 26% do PIB com a saúde; vacinamos 98% da população. A pandemia baixou, nós voltamos para 18% do PIB".

O ministro lembrou que o Brasil está começando um ciclo longo de crescimento e que outros países com economias mais avançadas estão terminando o ciclo. “Esses países dormiram ao volante e a inflação está começando a subir lá”, afirmou.

Ele elogiou as concessões e privatizações, como a da Eletrobras. E disse que o dinheiro foi usado para elevar o valor do bolsa família. Mas avisou que esse dinheiro não saiu do Tesouro e que se a economia melhorar, a situação também irá mudar.

Guedes disse ainda que essas iniciativas que envolvem aeroportos, cabotagem, portos  favoreceram a contratação de R$ 890 bilhões de investimentos futuros. “Fizemos mais acordos comerciais do que todos os governos anteriores (...) O Brasil está condenado a crescer por 10 anos seguidos”.

O Ministro da Economia destacou que as ações do governo diante do crescimento das desigualdades sociais, como a criação dos fundos de recuperação e o fundo de erradicação da miséria, com recursos da venda da Eletrobras. E que, por isso, não é um gasto recorrente que pode ser considerado como um “furo” no teto.

Guedes defendeu o projeto dos precatórios e disse que está pedindo ajuda aos empresários para transformar em moeda a privatização, com a compra de portos, aeroportos. “Os precatórios vão ser uma ferramenta extraordinária – portos, ferrovias, tudo isso pode ser usado.”, disse.

Depois, criticou o que chamou de “narrativa da rolagem da desgraça” e lembrou de diversas iniciativas da gestão de Bolsonaro, como as reformas invisíveis, a vacinação contra a Covid, os marcos regulatórios, o 5G, a lei da falência, o marco do saneamento. “É isso que garante mais de 1 trilhão de investimentos contratados.”O Brasil tá em pé de novo, já sacudiu a poeira.”

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