Mulheres lideram maioria dos projetos ligados à inovação sustentável no campo, aponta pesquisa
Levantamento antecede Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA), que será realizado nesta quarta-feira (23), em São Paulo
SÃO PAULO - Pesquisa divulgada nesta terça-feira (21) aponta que mais de 80% dos produtores rurais de todas as regiões do país consideram que as mulheres do agronegócio têm um papel importante na inovação sustentável do setor. O levantamento, realizado pela consultoria de pesquisa Quiddity em parceria com a farmacêutica Bayer, antecede o Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA), que será realizado nesta quarta-feira (23), em São Paulo.
Segundo Rebeca Gharibian, sócia e diretora geral da Quiddity, a contribuição feminina no agronegócio é destacada na forma como as mulheres "enxergam oportunidades onde muitos veem apenas desafios”.
“As mulheres têm a sensibilidade de perguntar: ‘e se for diferente?’ E também a coragem de transformar essa pergunta em ação. Onde há descarte, elas enxergam possibilidade. Onde há problema, elas constroem solução”, diz Rebeca.
Mais da metade busca qualificação constante
O levantamento aponta que a capacitação é uma das chaves para o protagonismo das mulheres no campo. Cerca de 51% das produtoras entrevistadas dizem buscar qualificação constantemente, ou sempre que necessário (22%), por meio de cursos, palestras e eventos. Os temas mais procurados incluem sustentabilidade, inovação e novas tecnologias.
Ainda conforme a pesquisa, a sustentabilidade aparece no topo entre os temas de cursos escolhidos por 76% das entrevistadas. As práticas mais adotadas nas propriedades incluem rotação de culturas (89%), preservação de áreas nativas (87%), plantio direto (82%), uso de bioinsumos (80%) e técnicas de agricultura regenerativa (80%).
Liderança e representatividade são desafios, indica pesquisa
O estudo mostra que 74% dos entrevistados percebem mais homens atuantes na liderança e tomada de decisão, enquanto apenas 6% enxergam esses papéis com a presença de mais mulheres.
Segundo Daniela Barros, diretora de Comunicação da divisão agrícola da Bayer, ainda é preciso investir na presença de mulheres em funções de protagonismo do agronegócio para turbinar as “boas práticas” no setor.
Para ela, o Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA) será importante para valorizar o trabalho feminino no agronegócio. Durante o evento, será realizada a 7ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, que irá destacar os projetos de 10 mulheres – nove produtoras rurais e uma pesquisadora – pelas atuações baseadas em práticas ESG (ambiental, social e governança).
“Isso é muito importante. O prêmio Mulheres do Agro vai muito de encontro a isso, para premiar essas lideranças femininas que estão trazendo as boas práticas agrícolas. É uma oportunidade de disseminar o trabalho que elas estão fazendo”, completa.
*Repórter viajou a convite da Bayer
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