Restrições sanitárias, impostos, arrecadação antes da venda e informalidade afetam setor da cachaça

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
28/05/2021 às 18:55.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:02
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A queda de consumo de cachaça na pandemia, especialmente de produtos artesanais ou, como preferem os fabricantes, “premium”, pode ser atestada pelos números de em uma das mais tradicionais marcas do Estado e do país, a Salinas. Segundo o dono, Thiago Medrado, o tombo das vendas em 2020 foi de 27%, e, de janeiro a maio deste ano, já está em 22%. 

O principal responsável, diz ele, foi mesmo o novo coronavírus, que fechou parte da economia. “Se analisamos por canal, o da distribuição, que atende bares e restaurantes, oi de longe o que mais sofreu queda”, afirma. “E Minas foi o Estado em que tivemos maior queda, já que o pessoal tem a cultura de beber mais nos bares e em churrascos, situações que pararam de acontecer”.

Tributação

Além da pandemia, tanto Medrado quanto entidades ligadas à cachaça apontam outro fator que tem prejudicado o setor: os impostos. Os tributos consomem, hoje, nada menos que 72% do preço final do produto. “De cada dez garrafas vendidas, sete pagam impostos e três custeiam salários, produção e distribuição”, diz Medrado.

Outros problemas, segundo Tatiana Salvador, do SindBebidas-MG, são a injustiça fiscal, que estabelece a Substituição Tributária – forma de arrecadação em que o empreendedor paga imposto antes de vender o produto – e a alta informalidade. “Clandestinos sem registro e controle prejudicam o consumidor, que não sabe o que bebe, o produtor regular, que paga impostos em dia, e o Estado, que tem queda brutal de arrecadação”, ressalta.

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