Com os juros básicos da economia no maior patamar desde 2006, o Brasil figura na lista de países com taxas reais mais elevadas do mundo. A sétima alta consecutiva da Selic foi anunciada semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na avaliação de Marco Loureiro, sócio e líder regional da XP em Minas Gerais, o impacto da Selic em alta é negativo, especialmente para o agronegócio, mas também abre oportunidades de diversificação de investimentos em renda fixa.
“Nossa região depende de crédito rural e financiamento de máquinas e insumos. A manutenção da Selic em patamar elevado encarece essas linhas de crédito", observa o especialista, para quem o agronegócio mineiro pode adiar investimentos em tecnologia e expansão com o custo do crédito nesse nível.
"Para os investidores, alinhados ao time de alocação da companhia, orientamos privilegiar exposições em renda fixa, principalmente os pós-fixados (atrelados ao CDI) e os indexados à inflação (IPCA+), mas sem abrir mão da diversificação, necessária para atravessar períodos mais incertos como os atuais”, destaca.
Fim do ciclo de alta?
Com expectativas de inflação acima da meta, pressionada por demanda alta, o Copom indicou, na última terça-feira, que a Selic deve ser mantida a 15% ao ano por “período prolongado”. .
Economistas da XP avaliam, em relatório, que algum grau de flexibilização monetária parece provável no ano que vem. “No entanto, isso dependerá fortemente de como evoluirá a economia global e, sobretudo, das perspectivas para a política econômica doméstica em 2027 — que seguem incertas, dado o calendário eleitoral”, ponderam.
Leia também: