Crescimento

Setor de serviços cresce 14% em Minas em 2021 e recupera perdas da pandemia

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
11/02/2022 às 06:30.
Atualizado em 11/02/2022 às 07:43
O professor Paulo Henrique Silva teve em 2021 quase o triplo de alunos que em 2020 (Maurício Vieira)

O professor Paulo Henrique Silva teve em 2021 quase o triplo de alunos que em 2020 (Maurício Vieira)

Depois de amargar retração de 7,8% em 2020, por conta da necessidade do isolamento social provocado pela pandemia de coronavírus, o setor de serviços apresentou alta de 1,4% no desempenho de novembro para dezembro em todo o país, o que resultou em um crescimento de 10,9% ao longo de 2021. Em Minas, a recuperação em dezembro foi de 2,3%, com incremento no ano de 14%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quinta-feira (10) pelo IBGE.

Para o instituto, a recuperação do setor de serviços está diretamente ligada ao comportamento da pandemia de coronavírus, como explica Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. “Nos primeiros meses de 2020, o setor de serviços foi duramente afetado em função da necessidade de isolamento social e do fechamento dos estabelecimentos que prestavam serviços de caráter presencial”, contextualizou.

Em compensação, diz ele, a pandemia criou oportunidades de novos serviços que auxiliaram na recuperação do setor. “A pandemia trouxe oportunidades de negócios voltados às empresas, como os de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares, que tiveram ganhos mais expressivos e compensaram as perdas dos serviços de caráter presencial.”

Metodologia

A pesquisa avalia atividades e renda bruta das empresas do setor de serviços, e isso inclui diversas áreas - por exemplo contabilidade, informação, comunicação e serviços às famílias. É a segunda vez desde que começou a série histórica, em 2012, que todas as atividades cresceram simultaneamente.

É o caso por exemplo do professor de aulas particulares Pedro Henrique Silva, que atua em Belo Horizonte. Ele disse ter percebido a recuperação na procura por novos alunos ao longo do ano de 2021. “Eu posso dizer que quase triplicou a demanda. Em 2020 nós tivemos que fazer adaptações, ofertar serviços online, houve uma queda muito grande, mas agora melhorou muito”, disse.

Curva ascendente

Minas Gerais foi o segundo Estado que mais contribuiu para a recuperação do índice no país, atrás apenas de São Paulo, que cresceu menos (11,5%), mas tem um peso maior no resultado final.

De acordo com o IBGE, a alta apresentada pelo setor de serviços em dezembro é a segunda  consecutiva e expressiva do índice no Estado. Na passagem de novembro para dezembro, o crescimento foi de 1,4%.

Com isso, o setor de serviços ampliou para 6,6% o crescimento em relação ao nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e alcançou seu maior patamar desde agosto de 2015. No entanto, ainda se encontra 5,6% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

 Turismo

O desempenho das atividades de turismo ganhou destaque na pesquisa e cresceu 21,1% em 2021 em todo o país, impulsionado, sobretudo, pelos ramos de transporte aéreo; hotéis; restaurantes; rodoviário coletivo de passageiros; e locação de automóveis.

Já em dezembro de 2021, o índice de atividades turísticas cresceu 3,5% frente ao mês anterior, sétima taxa positiva nos últimos oito meses, período em que acumulou ganho de 66,7%. Contudo, o segmento de turismo ainda se encontra 11,4% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

“O índice de atividades turísticas tem um perfil muito semelhante ao perfil dos serviços prestados às famílias, pois muitas das atividades que compõem o indicador vêm desse segmento”, observa o pesquisador Rodrigo Lobo, do IBGE.

No geral, as atividades que mais tiveram destaque no ano de 2021 em todo o país foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%). Com o aumento, as duas atividades superaram as quedas de 7,6% e 1,6%, respectivamente, registradas em 2020.

Os demais avanços vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (7,3%); serviços prestados às famílias (18,2%); e outros serviços (5,0%). 

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