Tarifaço dos EUA pode eliminar 30 mil empregos em Minas e impactar o PIB em até R$ 4,7 bilhões
Medida imposta por Trump afeta 63% das exportações mineiras e 55% das brasileiras; mais de 172 mil empregos podem ser comprometidos
Mesmo com a isenção de 694 produtos da nova tarifa imposta pelos Estados Unidos, os impactos para Minas e para o Brasil ainda serão significativos. Estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), divulgado nesta terça-feira (5), aponta que o estado pode perder R$ 4,7 bilhões no PIB e mais de 30 mil empregos nos próximos dois anos. A longo prazo - 5 a 10 anos -, o prejuízo pode ultrapassar R$ 15,8 bilhões, com o corte de 172 mil postos de trabalho no território mineiro.
Minas é terceiro estado que mais exporta para os Estados Unidos, com US$ 4,6 bilhões em 2024. Cerca de 37% desses produtos estão isentos do tarifaço, com destaque para ferro fundido, ferro-nióbio e aeronaves.
No entanto, 63% da pauta permanece sujeita à taxação - atingindo produtos estratégicos como café, carnes bovinas e tubos de aço. Os setores mais prejudicados incluem siderurgia, pecuária, fabricação de madeira e calçados.
Prejuízo de R$ 25,8 bilhões para o Brasil
A medida imposta por Donald Trump em 30 de julho - tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, somando-se aos 10% que já estavam em vigor desde abril - entra em vigor nesta quarta-feira (6). Mesmo com a isenção de 45% do valor exportado, 55% da pauta - o equivalente a cerca de US$ 22 bilhões - continua sujeita à taxação.
A Fiemg estima uma perda de R$ 25,8 bilhões no PIB brasileiro no curto prazo e até R$ 110 bilhões no longo prazo. A perda de renda das famílias pode chegar a R$ 2,74 bilhões em até dois anos e cerca de 146 mil empregos formais e informais podem ser eliminados.
Diálogo institucional é o caminho, diz Fiemg
Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, o Brasil precisa buscar soluções diplomáticas para minimizar os prejuízos. “A imposição dessas tarifas, ainda que parcialmente suavizada pelas isenções, foi unilateral e sem negociação com o governo brasileiro. É fundamental que o Brasil atue diplomaticamente para ampliar o número de produtos isentos, preservar sua competitividade no mercado internacional e proteger empregos e investimentos nacionais”
*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca
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