Covid-19: 54% dos estagiários exerceram atividades presenciais no Brasil

Agência Brasil
17/06/2021 às 14:13.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:12
 (Marcello Casal jr/ Agência Brasil)

(Marcello Casal jr/ Agência Brasil)

Durante o primeiro ano de pandemia, 54% dos estagiários brasileiros continuaram exercendo atividades presencialmente, dentro dos protocolos de segurança. Os outros 46% executaram as funções em trabalho remoto - desses, 16% afirmaram não ter feito nada porque o trabalho dependia da presença na empresa.

Os dados fazem parte de uma pesquisa feita pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) para apresentar um raio-x do estágio no Brasil, principalmente com a chegada da pandemia de Covid-19 e das paralisações e mudanças na dinâmica de trabalho.
 Marcello Casal jr/ Agência Brasil / N/A

Grande parte dos estagiários (70%) afirma que usa a bolsa-auxílio para ajudar no sustento da família: mensalidade escolar, ajuda em casa e custos com alimentação

Segundo o levantamento, agregado ao 12º Prêmio CIEE Melhores Programas de Estágio, 93% dos estudantes acreditam que o estágio é fundamental para o desenvolvimento profissional e 92% acreditam que a experiência é importante para a obtenção de um bom emprego. A maioria dos entrevistados (63%) demonstrou alto nível de satisfação com relação ao programa de estágio que participam. Quando questionados sobre auxílio ou orientação em suas atividades do estágio, 93% disseram ser sempre atendidos pelos colegas mais velhos.

Diversidade nas empresas

Os participantes da pesquisa também destacaram que na empresa em que estão aprendem a ser bons profissionais (92%) e que têm acesso aos equipamentos e recursos necessários para realizar as atividades previstas no estágio (91%). A maioria (91%) faz estágio em empresas diversas onde há funcionários de diferentes raças, gênero, orientações sexuais e religiões e acredita que todos tenham as mesmas oportunidades de crescimento.

O levantamento mostrou ainda que a renda familiar média dos estagiários está concentrada entre as faixas de dois a três salários mínimos. Grande parte dos estagiários (70%) afirma que usa a bolsa-auxílio para ajudar no sustento da família e citam como principais despesas a mensalidade escolar, ajuda com a casa e custos com alimentação.

A média da bolsa-auxílio é de R$ 895,22, maior do que na edição anterior da pesquisa quando o valor era de R$ 703,54. O tempo de duração do contrato é de 16 meses. Quanto aos benefícios, 83% recebem auxílio transporte, 44% têm recesso remunerado e 41% têm redução de jornada em dias de prova.

1,5 milhão procuram por estágio

Para o CEO do CIEE, Humberto Casagrande, esse diagnóstico mostra a importância do estágio na vida do estudante, seja no aspecto financeiro, profissional ou pessoal. Segundo ele, o CIEE atende 200 mil jovens e há 1,5 milhão aguardando por uma oportunidade de estágio.

“Neste momento procuramos melhorar nosso atendimento aos candidatos, facilitando também para as empresas, e feito uma verdadeira pregação junto às 32 mil instituições com as quais trabalhamos. Mas isso não é suficiente para gerar oportunidades para todos. O que podemos fazer é divulgar o nosso trabalho, investir na formação dos candidatos", disse.

A pesquisa foi feita pelo Ibope Inteligência de 3 de dezembro de 2020 a 4 de abril de 2021. Foram entrevistados, pela internet, 6.634 estagiários, de 538 organizações inscritas. Houve resposta de estudantes que estagiam em 467 organizações. A maior parte dos que participaram são estudantes do ensino superior (89%) e de instituições de ensino particular (65%).  Pelo menos 64% faz estágios em organizações públicas, e dentre esses, a maioria em entidades estaduais e municipais.

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