CONSCIÊNCIA NEGRA

Google e startup se unem para capacitar 100 influenciadores negros em início de carreira

Rodrigo de Oliveira
rsilva@hojeemdia.com.br
20/11/2022 às 08:17.
Atualizado em 20/11/2022 às 08:19
Nohoa Arcanjo, co-founder e Chief Growth Officer da Creators LLC (Divulgação)

Nohoa Arcanjo, co-founder e Chief Growth Officer da Creators LLC (Divulgação)

Como forma de capacitar criadores de conteúdo negros que estão em início de carreira, o Google e e a startup Creators LLC lançaram neste ano o Black Creator Program. No programa, que encerrou as inscrições em setembro, 100 produtores de conteúdo do Brasil foram selecionados para receber mentorias profissionais para criar o próprio site e gerenciar sua presença na web.

As mentorias começaram em outubro e vão até abril de 2023. Cerca de 800 criadores se inscreveram e foram selecionados 20% de cada região do país. 

Segundo Nohoa Arcanjo, co-founder e Chief Growth Officer da Creators LLC, o programa engloba diversos conteúdos essenciais para que os criadores consigam monetizar nas redes e criar uma carreira sólida. 

“Eles estão aprendendo sobre como fazer negócios com as marcas, organização de finanças e a criar seu próprio site para acomodar seus conteúdos e não depender apenas das redes sociais”, explica. 

O programa também aborda a questão da saúde mental e disponibiliza terapeutas para os criadores por meio de uma parceria com a AfroSaúde - uma startup especializada em saúde mental de pessoas negras.

“Eles também vão receber um apoio financeiro individual de até R$ 9 mil ao longo do programa. Sabemos que muitos deles não conseguem sobreviver apenas do conteúdo e acabam realizando outras atividades. Esse dinheiro é uma forma de incentivá-los a focar o máximo no programa e terem tranquilidade para se tornar grandes criadores”, diz. 

Uma das selecionadas é a criadora Brisa Celeste, de Salvador, Bahia, que fala sobre yoga, bem-estar e autoconhecimento em sua página @vainabrisa, que conta com pouco mais de 3 mil seguidores. 

Brisa Celeste, de Salvador, Bahia, fala sobre yoga, bem-estar e autoconhecimento em sua página (Reprodução/Redes Sociais)

Brisa Celeste, de Salvador, Bahia, fala sobre yoga, bem-estar e autoconhecimento em sua página (Reprodução/Redes Sociais)

“Minha trajetória nas redes é relativamente recente, de 2020 para cá. Eu mudei de profissão e senti necessidade de gravar mais vídeos e me expor mais nas redes para falar sobre a fase que estou vivendo agora”, conta. 

Para ela, o preconceito racial é um dos principais entraves no caminho dos produtores de conteúdo negros. 

“Há uma falta de reconhecimento de que pessoas negras são capazes de passar um conhecimento válido sobre os assuntos. Até nas próprias plataformas isso acontece, uma vez que os algoritmos privilegiam o conteúdo de pessoas brancas mesmo quando elas falam do mesmo assunto que uma pessoa negra”, diz. 

Brisa afirma que tem aprendido muito com o programa e ressaltou o suporte financeiro oferecido aos criadores. 

“Criar conteúdo requer tempo e disponibilidade, então esse subsídio financeiro é fundamental para que possamos ter mais tranquilidade em participar do programa e continuar criando conteúdo para as nossas redes”, avalia. 

 Essa é a primeira vez que o Google oferece no Brasil um programa focado na capacitação da comunidade negra na produção de conteúdo para web aberta. 

“Queremos fornecer aos criadores as ferramentas para dar vida às suas histórias na internet, incentivando a produção de conteúdo mais representativo e de qualidade para o ecossistema da web e, consequentemente, para a própria Busca do Google”, diz Alex Bunning, gerente de parcerias estratégicas para a Busca do Google. 

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