Alcova Libertina é um dos blocos carnavalescos mais conhecidos de Belo Horizonte, reunindo milhares de pessoas em torno de uma mistura nada convencional entre festa momesca e rock. A ousadia volta a dar as caras, desta vez no álbum duplo que o coletivo de artistas lançará em 1º de junho.
O título “Libertália” já diz muito sobre as intenções do núcleo criativo do Alcova, ao referenciar uma fictícia ilha onde piratas implantaram, no século 17, um regime anárquico, com a criação de suas próprias leis. O disco navega por todos os tipos de mares, do rock e do blues ao punk e ao reggae.
“Não se trata de uma coletânea, onde cada um contribui com uma música. O ateliê do Alcova Libertina sempre teve essa coisa coletiva em que pode sugerir um fragmento e o outro completar ou refazer”, registra Marcos Braccini, um dos “piratas” que fazem parte do núcleo duro do grupo.
Compositor, produtor musical, arranjador e poeta, Braccini destaca que o projeto apresenta “a cara do grupo, como um autor único, um alter ego criativo, ainda que essa cara possa ser múltipla”. Para ele, “Libertália” aponta para as potencialidades individuais, mas o que o consagra é, de fato, o coletivo.
Cada música do disco, que estará disponível nas plataformas digitais, traz nuances e vivências próprias da cena musical mineira. “Nossa intenção foi tentar traduzir essa cena na cidade e no Estado. Ele é fruto de um projeto longo e muito difícil de ser definido, pois traduz dez anos ou mais de história”.
O álbum é a esperada conquista de uma trajetória iniciada em 2010, quando amigos de longa data criaram o ateliê Alcova Libertina. A experiência do bloco, fundado no ano seguinte, junto à vontade de criar e ampliar as possibilidades estéticas, transformou o grupo numa usina incessante de músicas.
Os videoclipes – três deles estão no YouTube – também são um achado, marcante pela mescla de referências estéticas. “Eles reforçam essa multiplicidade de visões. É uma avalanche de ideias que a gente consegue colocar no papel e transformar em música, pintura e videoclipe”, analisa Marcos Braccini.
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