CINEMA

Belas Artes prepara programação especial para comemorar 30 anos de funcionamento

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
13/03/2022 às 11:21.
Atualizado em 13/03/2022 às 11:27
Complexo foi inaugurado oficialmente em 29 de agosto de 1992, num espaço alugado do Diretório Central dos Estudantes (Maurício Vieira/Divulgação)

Complexo foi inaugurado oficialmente em 29 de agosto de 1992, num espaço alugado do Diretório Central dos Estudantes (Maurício Vieira/Divulgação)

Em agosto, o Belas Artes completará 30 anos de resistência, como uma das poucas salas de cinema da capital mineira dedicadas a filmes que fogem ao padrão hollywoodiano e oriundos de diversos países.

Numa trajetória cheia de altos e baixos, com mudanças de proprietários e problemas para fechar as contas a cada fim de mês, o complexo localizado na Rua Gonçalves Dias é hoje o maior símbolo de amor ao cinema em Belo Horizonte.

Essa paixão pode ser medida em reais – após fazer uma campanha de financiamento coletivo, no ano passado, para pagar despesas geradas pela falta de atividade durante a pandemia, além de recursos para obras de revitalização, o espaço arrecadou R$ 250 mil.

Com fôlego extra para manter o Belas Artes em funcionamento, o atual dono do espaço cultural, Adhemar Oliveira, prepara uma programação especial para comemorar a data, mas confessa que, nos últimos meses, tem buscado retribuir tanto carinho.

“Ainda estamos colocando a casa em ordem, atendendo todas as contrapartidas do crowdfunding. Agora estamos começando a mergulhar na programação, pensando em coisas novas que carreguem o espírito da casa”, afirma Oliveira.

Como “espírito da casa” ele define um tipo de filme “que faz pensar, provocando um pouquinho de sofrimento, embora não seja masoquista”. A ideia é apresentar uma seleção especial que possa agradar “gregos e troianos”.

No momento, destaca o exibidor, a luta ainda é para brigar pela sobrevivência, após permanecer 16 meses fechado. Uma situação que todos os cinemas estão vivenciando, independentemente do perfil.

“Estamos naquela dinâmica da volta. Enquanto, no mercado, há dois ou três que seguram as bilheterias, como Batman e Homem-Aranha, na nossa seara tem um ‘Marighella’ e um filme do (Pedro) Almodóvar. Acredito que seja uma questão de tempo”, assinala.

História
O Belas Artes foi inaugurado oficialmente em 29 de agosto de 1992, num espaço alugado do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMG. A edificação estava em ruínas e o edital de cessão exigia que o complexo estivesse pronto em seis meses.

Como o tempo era muito curto, assim como o dinheiro dos proprietários Tâmara Braga, Elza Cataldo e Jean-Gabriel Albicocco, um pré-lançamento foi feito em meio às obras, com a presença de atores italianos, antes de abrir as portas de forma definitiva.

Na primeira noite de funcionamento, foram exibidos para convidados três produções de países diversos: “O Marido da Cabeleireira”, do francês Patrice Leconte; “Urga”, do russo Nikita Mikhalkov; e “Ladrão de Crianças”, do italiano Gianni Amelio.

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