CINEMA

Minas Tênis Clube amplia Centro Cultural com a abertura de duas salas de exibição

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 13/03/2022 às 11:26.
Salas têm capacidade para 40 pessoas cada e equipamento de última geração (Fernando Michel/Divulgação)

Salas têm capacidade para 40 pessoas cada e equipamento de última geração (Fernando Michel/Divulgação)

Três quarteirões separam o Belas Artes de duas salas recém-inauguradas no Centro Cultural do Minas Tênis Clube que buscam proposta semelhante: abrir caminho para produções que não têm espaço no circuito de shopping-centers.

“É uma notícia boa para todo mundo: para a cidade, que terá mais um cinema de rua, e para o público cinéfilo, que poderá ver um filme diferente”, aposta Samuel Marotta, curador do espaço que abriu as portas na última sexta-feira (11).

As salas são pequenas, com capacidade para receber cerca de 40 espectadores, mas a aposta do tradicional clube de BH é alta, ao investir recursos em equipamentos de última geração, como projetores 4K DCP e som Dolby 7.1.

Marotta, que já foi assistente de programação do Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, achava “estranho” o fato de uma cidade como Belo Horizonte, que manteve um circuito forte nos anos 60 e 70, ter apenas um cinema de rua.

“Isso é muito ruim, se compararmos com Porto Alegre, que possui 15 salas deste tipo. Ficamos com uma defasagem num perfil de filmes chamados de alternativo ou cult. Faltava um outro espaço para poder diversificar o circuito”, analisa.

Marotta adianta que a programação das salas do Minas Tênis ficará no meio do caminho entre o que é exibido no Humberto Mauro e as opções apresentadas no Belas Artes, abrindo espaço para retrospectivas e também para produções inéditas contemporâneas.

“Serão duas vertentes. Uma sala será para mostras e retrospectivas. Não podemos abandonar a formação, uma discussão do pensamento sobre cinema. A outra terá os filmes mais recentes. Uma coisa irá alimentar a outra”, destaca.

Marotta também é realizador, mas confessa que o papel de programador o deixa mais confortável. “A atividade mais nobre do cinema é programar. Existe uma diferença entre fazer filme e fazer cinema. Esta engloba toda a cadeia audiovisual”.

A inauguração com um programação especial para a comemoração dos 50 anos do Clube da Esquina, com exibição de filmes e realização de shows e cursos, evidencia um diálogo com os outros espaços da casa.

“Esse caráter multidisciplinar, de interação, é muito interessante, abrindo várias possibilidades”, confirma o curador. Na mostra dedicada ao Clube da Esquina, um dos destaques é a oficina de trilha sonora ministrada por Wagner Tiso.

A ideia de Marotta é não deixar o espectador sem opção, podendo programar até oito títulos diferentes por dia (quatro em cada sala). Um dos públicos na mira do programador é o infantil. “É fundamental pensar na formação desde lá de baixo, ainda criança”, adianta.

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