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Debates sobre a Semana de Arte Moderna iluminam trajetória da artista mineira Zina Aita

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 01/04/2022 às 09:03.Atualizado em 01/04/2022 às 11:07.

As comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, importante vitrine do movimento modernista no Brasil, estão ajudando a lançar luz sobre o trabalho da artista mineira Zina Aita. Ela é um dos centros do debate do projeto “Contingências Antropofágicas / 100 Anos Depois de 22”, que será realizado de sexta (1º) a domingo (3), no Centro Cultural Banco do Brasil, sempre às 19h30.

Nascida em Belo Horizonte, filha de imigrantes italianos, Zina Aita foi convidada a participar da Semana de Arte Moderna, no Theatro Municipal, em São Paulo, por intermédio de Anita Malfatti. A curadora e medidora Katia Canton destaca que, apesar de a história ter destacado o nome de Tarsila do Amaral, outras mulheres tiveram papel relevante, sendo Anita a artista que mais apresentou obras (mais de 20).

“Anita conheceu a Zina, gostou dela e a convidou para a Semana. Coincidentemente as duas fizeram seus estudos na Itália e haviam sido criticadas antes pelos trabalhos. Em 1917, Monteiro Lobato criticou Anita, escrevendo um artigo intitulado ‘Paranoia ou Mistificação?’. Já Zina fez uma exposição individual em 1920, em Belo Horizonte, em que ela também foi mal vista”, registra a curadora.

Katia lembra que, dois anos após a Semana, a mineira foi para a Itália, não retornando mais ao país natal. “Ela foi para a região de Nápoles, onde teria se dedicado à cerâmica. Estamos tentando resgatar essa artista, para conhecer melhor o trabalho dela. Temos hoje poucas telas dela, produzidas entre 1922 e 1924, e mais nada”, observa Katia, que destaca ainda Regina Gomide, que teria participado da Semana com tapeçarias.

Jornalista e autora de vários livros sobre artes, Katia observa que, apesar do pouco espaço dedicado à mulher, o movimento modernista brasileiro foi um dos raros no mundo a ter uma “participação feminina de cara”. Ela pontua que, de forma geral, as mulheres tiveram que lutar muito para conseguirem um lugar dentro dos movimentos vanguardistas que eclodiram no mundo a partir do início do século XX.

O debate sobre a obra de Zina Aita acontecerá nesta sexta, com o tema “As Mulheres Modernistas”, com abordagem de Regina Teixeira de Barros, doutor em Estética e História da Arte pela USP. Hoje também será debatido “A Vanguarda Antropofágica”, por Maria Eugenia Boaventura, professora da Universidade Estadual de Campinas. A entrada é franca, mediante retirada de ingressos no site da Eventim e na bilheteria do teatro.

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