ARTES PLÁSTICAS

Exposição de Bob Wolfesnon mostra diversidade do 'fotógrafo da Playboy'

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
15/08/2022 às 14:24.
Atualizado em 15/08/2022 às 15:22
Wolfenson comemora o fato de poder abrir uma exposição em outro estado (Bob Wolfenson/Divulgação)

Wolfenson comemora o fato de poder abrir uma exposição em outro estado (Bob Wolfenson/Divulgação)

Fotógrafo das famosas peladas. Definição que quase virou sinônimo de Bob Wolfenson no auge da publicação masculina “Playboy”, quando clicou nomes como Vera Fischer, Maitê Proença, Alessandra Negrini e Nanda Costa. Wolfenson não renega tal legado, mas busca tornar mais presentes outras de suas especialidades. 

Montada especialmente para a galeria de arte do Minas Tênis Clube, com abertura nesta quarta (17), a exposição “Desnorte” traz essa provocação já no título.

“Ela vem no sentido de elucidar algo muito frequente em minha trajetória, que é o trânsito por várias disciplinas da fotografia. Para quem vê de fora, parece um certo desnorteio. Para mim, que vejo de dentro, há um nexo, uma articulação entre essas coisas todas”, registra.

Wolfenson não renega nem hierarquiza o que ele chama de dístico. “Não hierarquizo os vários fotógrafos que sou, porque, para ser aquele fotógrafo que estou sendo no momento, preciso de todos aqueles que habitam em mim”, assinala. 

Baseada na publicação de mesmo nome lançada ano passado, a exposição trafega por 120 imagens de viagens turísticas e de busca de locações, anotações fotográficas e álbum de família, marcando os 50 anos de carreira de Wolfenson. O que inclui, claro, algumas beldades que clicou, tanto para revistas femininas quanto para as masculinas.

“Eu tenho uma persona pública ligada a fotos de mulheres nuas e retratos de moda. É onde as pessoas me reconhecem. O livro e a exposição são uma contemplação desses aspectos, mas inclui todo o resto, porque é muito redutor ser a imagem de sua persona pública”, observa Wolfenson, que, em 2020, enfrentou uma enchente em seu estúdio.

O incidente serviu para ele prestar atenção em trabalhos que já não se lembrava mais. “Encontrei um tanto de coisas que eu nem sabia que estavam lá, carcomidas pela lama do rio”, lembra. A solução, encontrada por enquanto, foi colocar todo material em um freezer, enquanto busca recursos para recuperá-lo.

“Não se trata só de mim, mas as pessoas que passaram por mim. A crônica de uma época, a história do Brasil e da fotografia. São 50 anos de carreira. E parte deles foram soterrados”, lamenta o fotógrafo, que, pelos seus cálculos, precisaria de pelo menos R$ 600 mil para completar todo o processo de restauração.

SERVIÇO
Desnorte”, de Bob Wolfenson –De quarta (17) a 23 de outubro, na Galeria de Arte do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2244). De terça a sábado, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h. Entrada franca.

Leia mais

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por