CINEMA

Filme 'Gêmeo maligno', em cartaz nos cinemas, apresenta final surpreendente

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
15/08/2022 às 14:31.
Atualizado em 15/08/2022 às 15:17
Longa tem poucos efeitos especiais, se garantindo pelo mistério crescente e pelo nosso medo em torno do que é desconhecido (Paris Filmes/Divulgação)

Longa tem poucos efeitos especiais, se garantindo pelo mistério crescente e pelo nosso medo em torno do que é desconhecido (Paris Filmes/Divulgação)

“Gêmeo Maligno” deixa algumas pistas nas primeiras sequências, mas depois que o filme parece percorrer um certo estilo do gênero horror, somos surpreendidos com o seu final.

Em cartaz nos cinemas, o longa dá um giro de 180 graus no momento em que o espectador acredita já ter pleno reconhecimento do terreno de referências presentes na narrativa.

As citações mais nítidas no filme do finlandês Taneli Mustonen aproximam a história dos clássicos “O Bebê de Rosemary”, de Roman Polanski, e “O Iluminado”, de Stanley Kubrick.

A relação da protagonista com os habitantes de uma localidade na Finlândia - onde ela vai morar após perder o filho num acidente de carro -, é, desde o início, marcada pela estranheza.

Localidade que, em sua maioria, é formada por pessoas mais velhas, que parecem guardar um grande segredo. E o marido, que nasceu na região, sente-se cada vez mais atraído por eles.

A personagem de Teresa Palmer logo percebe que há algo errado e que seu outro filho, gêmeo do garoto falecido, pode estar envolvido, especialmente após suas estranhas atitudes.

Elliott parece conversar com Nathan e assumir algumas características do irmão, enquanto o pai não demonstra qualquer afeto pelo garoto, ficando completamente ausente da vida dele.

Este é o lado “O Iluminado” do filme, com a casa se tornando um ente sobrenatural, além de um ser maléfico vindo à tona e explicando o que aconteceu àquela comunidade no passado.

No momento em que o cruzamento dessas informações se torna mais palpável, “Gêmeo Maligno” apresenta novos e diferentes ingredientes - embora eles se manifestem de maneira muito rápida.

É, sem dúvida, um the end com pedigree, não inédito, mas suficientemente interessante para fugir ao ramerrão do gênero, que busca o caminho fácil do horror mais explícito.

“Gêmeo Maligno” tem poucos efeitos especiais, garantindo-se pelo mistério crescente e pelo nosso medo em torno do que é desconhecido, seguindo a cartilha de “O Bebê de Rosemary”.

O problema do filme é o ritmo trôpego, com Mustonen se estendendo em determinadas situações, dando a impressão de que o roteiro nos enrola um pouco até chegar ao final apoteótico.

Apesar da forma açodada como é construído, o filme entrega um encerramento que se passa inteiramente no campo psicológico e real, elementos que levam muita gente a cair da poltrona. 

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