Cinema

Globoplay e Telecine não vão retirar filme de Danilo Gentilli, como pede Ministério da Justiça

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
15/03/2022 às 19:36.
Atualizado em 15/03/2022 às 19:43
Fábio Porchat faz o vilão de "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola" e, em uma das cenas, chantageia e assedia sexualmente dois garotos (Telecine / Reprodução)

Fábio Porchat faz o vilão de "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola" e, em uma das cenas, chantageia e assedia sexualmente dois garotos (Telecine / Reprodução)

A plataforma de vídeos do grupo Globo, Globoplay, e a rede de canais Telecine anunciaram que não irão cumprir o despacho 625/2022, do Ministério da Justiça, que prevê a retirada do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola” (2017).

O documento publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (15) exige ainda a remoção do longa de outras plataformas: Netflix, Google (YouTube), Apple e Amazon. “Determina-se, cautelarmente, às partes representadas que suspenda, imediatamente, a disponibilização, exibição e oferta do filme ‘Como se Tornar o Pior Aluno da Escola’, tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente consumerista”, diz trecho di despacho.

O não cumprimento da medida pode resultar em multa diária de R$ 50 mil, segundo o documento assinado por Lilian Claessen de Miranda Brandão, diretora do Departamento de Proteção e de Defesa do Consumidor.

O despacho foi motivado por uma cena do filme que viralizou no último fim de semana. Nela, o personagem Cristiano (Fábio Porchat), o vilão da história, chantageia e assedia sexualmente os garotos Pedro (Daniel Pimentel) e Bernardo (Bruno Munhoz). Ele pede que os meninos parem de discutir e, para não serem prejudicados na escola, o masturbem. As crianças reagem com espanto e repulsa, negando o pedido. O filme, dirigido por Fabrício Bittar, é inspirado em um livro homônimo do humorista Danilo Gentili, publicado em 2009.

Em nota enviada à imprensa, Globopay e Telecine afirmam que entendem as críticas de quem considera inadequados ou de mau gosto trechos do filme, mas consideram “censura” a decisão do Ministério da Justiça de mandar suspender a disponibilização do longa.

“A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida. As plataformas respeitam todos os pontos de vista mas destacam que o consumo de conteúdo em um serviço de streaming é, sobretudo, uma decisão do assinante – e cabe a cada família decidir o que deve ou não assistir. O filme em questão foi classificado, em 2017, como apropriado para adultos e adolescentes a partir de 14 anos pelo mesmo ministério da Justiça que hoje manda suspender a veiculação da obra”, finaliza o texto compartilhado pelas empresas de streaming de vídeo.

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