CINEMA

História de perdas e lutos norteia 'Espumas ao Vento', um dos concorrentes do Festival de Brasília

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
16/11/2022 às 13:10.
Atualizado em 16/11/2022 às 13:35
Taciano Valério é o diretor de "Espumas ao Vento", que será distribuído pela mineira Embaúba (Divulgaação)

Taciano Valério é o diretor de "Espumas ao Vento", que será distribuído pela mineira Embaúba (Divulgaação)

Antes de se tornar cineasta, Taciano Valério fabricava e vendia produtos de limpeza nos anos 1990. Em “Espumas ao Vento”, quarto longa-metragem do diretor paraibano, exibido na noite dessa terça-feira (15), na mostra competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, alguns elementos desse passado vêm à tona.

“Aquele imaginário dos produtos químicos se mistura à arte e vira outra coisa, bem distante de uma biografia. A imagem que vem é das bolhas de sabão como algo que move, de dispersão e de caos”, observa Valério, que começou a construir o roteiro em 2010. A aprovação no edital de financiamento só aconteceu em 2016, com os recursos caindo na conta três anos depois.

“Aí veio a pandemia e começamos a filmar em janeiro de 2022. Pensávamos que a ômicron só chegaria ao Nordeste em fevereiro, mas veio antes e metade da equipe caiu. Fizemos um outro filme, em que a própria dimensão da morte entrou na história. Quando há um acontecimento que quebra a lógica de produção, é preciso ser inventivo”, registra.

Uma história de perdas e lutos passou a dominar a narrativa, sobre duas irmãs oriundas de uma trupe de teatro. “Uma das personagens vive a opção de morrer. Durante a pandemia, tínhamos essa dimensão, não só pela depressão, mas de uma forma niilista, de simplesmente querer desaparecer”, observa o cineasta.

As filmagens aconteceram em Caruaru, interior pernambucano e residência de Valério há 15 anos. “É muito emocionante filmar no interior. Muitos filmam lá e depois voltam para a capital. Nós filmamos e somos do interior. Faço questão de dizer isso porque existem lugares de descentralizamentos dentro desse cinema (fora do eixo)”, destaca.

Feito “com a metade do orçamento de um BO de não sei quantos anos atrás”, a produtora pernambucana Carla Francine lembra que o filme ainda é um “working in progress”, devendo voltar à sala de edição antes de estrear comercialmente nos cinemas. “Vamos melhorar um pouco o que achamos que podemos”, adianta.

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