Os primeiros 30 minutos de “Matrix Resurrections”, principal estreia nos cinemas, parece uma grande piada. Thomas Anderson (o salvador Neo na trilogia encerrada há 18 anos) surge como um famoso e entediado criador de jogos eletrônicos – o mais célebre deles é justamente “Matrix”.
Não falta humor nessas autorreferências, tirando um sarro do “bullet time” e até mesmo sobre a necessidade de se realizar uma continuação, que Anderson terá que fazer contra a vontade, já que a descoberta de um mundo imaginário em que as pessoas são prisioneiras da realidade quase lhe custou a sanidade.
Esse aperitivo cômico traz um efeito curioso, como se nos tirasse uma expectativa. Afinal, estamos falando de um dos grandes fenômenos da ficção científica após “Blade Runner, o Caçador de Androides” (1982) e “O Exterminador do Futuro” (1984), produções que “Matrix” tem muito em comum.
Aos poucos, porém, o filme vai se reconectando com a proposta inicial, recomeçando praticamente do zero. O que significa que vários dos personagens principais estão de volta, seja como eles mesmos ou na figura de “parentes”. É como se, uma montadora de carros, usasse o mesmo chassi para uma nova versão.
Nostalgia
Para os nostálgicos que abominaram o segundo e terceiro capítulos, “Resurrections” é uma homenagem à obra original. Em termos de informações novas, há muito pouco, na verdade. O mais relevante talvez seja o fato de a guerra contra as máquinas ter o seu T-100 bonzinho como em “O Exterminador do Futuro 2”.
Outro aspecto que vale chamar a atenção é a personagem Bugs, vivida por Jessica Henwick (da série “Game of Thrones”). Ela é uma das primeiras a aparecer em cena e, pela participação e carisma evidenciadas na história, não deve sair tão cedo, tornando-se forte candidata à substituta de Neo nos próximos episódios.
Após o misto de filosofia oriental com literatura cyberpunk, presentes no “Matrix” lançado em 1999, a existência é muito mais simples do que se parece, deixa entrever “Resurrections”. A chave para seu entendimento nada mais é do que amor, uma força que nenhuma máquina é capaz de reproduzir ou controlar.
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