CINEMA

Pesquisa mostra expansão da atividade audiovisual em Minas nos últimos dez anos

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
28/07/2022 às 13:59.
Atualizado em 28/07/2022 às 14:20
Lançamento no auditório do Sebrae teve a presença da ex-diretora da Ancine, Débora Ivanov (Fernando Libânio/Divulgação)

Lançamento no auditório do Sebrae teve a presença da ex-diretora da Ancine, Débora Ivanov (Fernando Libânio/Divulgação)

O Sebrae-MG recebeu na manhã desta quinta-feira (28), na sede em Belo Horizonte, o lançamento do Diagnóstico Socioeconômico do Audiovisual de Minas Gerais, pesquisa que apontará caminhos importantes para se traçar, no Estado, as melhores estratégias para um dos setores que mais crescem no mundo.

Idealizado pela Ong Contato, em parceria com Sebrae e Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, o diagnóstico mostrou o forte crescimento do segmento, em especial, em Belo Horizonte. Só na capital, de 2014 a 2021, ele teve um aumento de 110%.

O diagnóstico aponta que, em relação à mão de obra, a capital mineira vivenciou um aumento superior a cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e Brasília. O crescimento em BH foi de 107,89%, ocupando o segundo posto no ranking nacional, atrás apenas de Porto Alegre, que alcançou 148,49%.

Afonso Maria Rocha, superintendente do Sebrae-MG, ressalta a importância de dar continuidade à pesquisa, para que se possa "fazer uma série histórica e produzir conhecimento e inteligência sobre o setor", tornando possível estudá-lo com maior segurança.

"Nós temos trabalhado nos últimos anos com o setor do audiovisual, mas quando se tem a oportunidade de ter um trabalho tão bem elaborado e técnico como esse, ficamos muito felizes, porque é a maneira como encontramos de, a partir de agora, estarmos mais bem preparados", registra Rocha.

"Nós somos muito sensíveis à importância da cadeia do audiovisual, o quanto de emprego isso representa. E, particularmente, como Minas vem crescendo nos últimos anos nesse ambiente. Só o talento não resolve e, por trás dele, tem que haver gestão", salienta o dirigente.

À frente do grupo de pesquisa "Economia da Cultura" da UFMG, Ana Flávia Machado destaca que o levantamento mostra o potencial do setor, que, mesmo em tempos de restrição econômica e sanitária, se tornou, com a digitalização, protagonista do desenvolvimento do capitalismo contemporâneo.

Para Helder Quiroga, coordenador da ONG Contato, Minas Gerais está lançando, com a pesquisa, a pedra fundamental no campo da investigação desse segmento. "Nosso papel não termina aqui. Esses dados servirão de interesse a uma ou outra área, tanto no setor público como privado", analisa.

Ele lembra que o setor cultural padece da ausência de indicadores, principalmente socioeconômicos. "Talvez esse seja o nosso calcanhar de Aquiles, porque a gente trabalha numa perspectiva de sensibilidade, às vezes num certo achismo, sem analisar propriamente o setor".

Ex-diretora da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Débora Ivanov ficou impressionada com a qualidade e profundidade da pesquisa. "É importante que seja o start para uma série histórica, para que se tenha uma análise ainda mais profunda, especialmente porque estamos num momento de transformações no setor".

Para a produtora, ao unir o diagnóstico socioeconômico com a pesquisa sobre hábitos de consumo, lançada no último mês, também pela Ong Contato, junto com o Instituto Ver, Minas sai na frente "com essa qualificação de dados para se traçar estratégias para o futuro".

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