Poesia aproxima leitores do universo autista

Jéssica Malta
12/02/2019 às 11:51.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:30
 (Páginas Editora/Reprodução)

(Páginas Editora/Reprodução)

Foi da convivência com a irmã que a escritora e professora Leny Louzada colheu os primeiros elementos para o livro “A Menina da Casinha Transparente” (Páginas Editora). A obra será lançada sábado em Belo Horizonte e utiliza a poesia para falar sobre o transtorno do espectro autista.

Embora a irmã de Leny não tenha o transtorno – ela sofre de paralisia cerebral –, a autora explica que alguns detalhes, semelhantes ao sintomas do autismo, despertaram o interesse sobre o tema e, assim, o desejo de transformá-lo em uma obra literária. “Minha irmã gosta muito de rimas, de repetição e de música. Escrevi o livro com ela na minha frente”, conta.

Mas não foi apenas por conta do gosto da irmã que autora mergulhou nas repetições e na poesia. A opção pelo formato ganhou força com as pesquisas e depoimentos escutados por Leny ao longo do processo de produção do livro.

“Fui em busca de outras crianças com autismo para entender como era, saber das características e levá-las para o livro”, diz a escritora, que se lembra, dentre os depoimentos colhidos, de um menino fascinado por máquinas de lavar. “Não importava qual assunto, ele sempre acabava falando sobre as máquinas. É com essa questão da repetição que as pessoas não autistas têm que aprender a lidar”, diz.

Escolha

A opção pelo público infantil tem justificativa. “É importante levar o estudo para as crianças, porque é ali, nelas, que vamos ter a mudança . Nesse Brasil tão descrente e sofrido, a literatura inclusiva é muito importante”, justifica.

Na obra, que tem ilustrações de Leo Ladeira, a autora visita a infância de uma menina com transtorno do espectro autista.

Com um mundo criado em uma casinha transparente, a pequena tem acesso aos objetos preferidos e à rotina que tanto lhe faz bem – característica muito comum aos indivíduos com autismo.

Mas o cotidiano, tão organizado, acaba ganhando novos contornos com a necessidade de mudança da mãe. “Isso mexe muito com ela, porque diferentemente de nós, crianças com autismo são muito apegadas à rotina”, explica a autora.

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