CINEMA

Protagonizado por Lázaro Ramos e Paolla Oliveira, 'Papai é Pop' é baseado em best seller

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
01/08/2022 às 08:00.
Atualizado em 01/08/2022 às 10:26
"Papai é Pop" entra em cartaz no dia 11 de agosto (GALERIA/DIVULGAÇÃO)

"Papai é Pop" entra em cartaz no dia 11 de agosto (GALERIA/DIVULGAÇÃO)

Com estreia em 11 de agosto, “Papai é Pop” é um filme para a família, um gênero que o cinema brasileiro está aprendendo a fazer, tentando se equilibrar entre o humor mais singelo, agradável a todos os paladares e personagens que, geralmente, se encaixam numa determinada convenção moral.

Esse tipo de filme não quer transgredir, seja como linguagem ou tema, apresentando uma narrativa mais tradicional. O que está longe de significar que seja mais fácil de se fazer. O ponto em que algumas produções costumam se complicar é na confecção de um roteiro capaz de arrebatar todas as faixas etárias.

O público é posto numa situação mais confortável e privilegiada, se antecipando ao que irá acontecer. A graça está justamente aí: inspirando-se muitas vezes em fábulas e histórias edificantes, os protagonistas têm sua estabilidade retirada com o propósito de fazê-lo mudar de rumo, em direção ao que é considerado certo.

O que é certo em “Papai é Pop” é que Tom (Lázaro Ramos) precisa crescer e aprender sobre responsabilidades, mas, claro, sem perder os elementos que o tornam um cara legal. Dessa forma, o nome do personagem é bem significativo, pois o que está em jogo é uma certa adequação, nada mais do que isso.

A partir dessa abordagem quase inofensiva, a história cria situações que têm um efeito dominó, fruto do fato de um dos lados estar desequilibrado. Assim, Tom não precisa deixar de jogar videogame, mas sim entender o seu papel como pai, vendo-o como uma experiência prazerosa.

Nossa torcida é pela estabilidade, pelo o que deve ser a função de cada um numa família. Num mundo real, isso é difícil acontecer, mas a sensação reconfortante que provoca é o que importa nesse tipo de filme. Ao final, nos emocionamos porque os personagens alcançaram o objetivo sem grandes perdas.

O que falta em “Papai é Pop” é menos nos fazer perceber o desequilíbrio de Tom e mais nos pôr em seu lugar, compartilhando com o público o arrebatamento gerado por essa transformação interna. Falta no filme esse encantamento, essa magia muito própria dos filmes para família.

Um exemplo: quando Tom descobre, pela primeira vez, o que a filha está querendo expressar. Essa pequena descoberta não é potencializada na narrativa. O filme pula para a cena em que a mãe (Paolla Oliveira) vai buscar a criança e sente uma diferença comportamental no marido.

O roteiro enfatiza mais a necessidade de refazer a relação com a esposa do que evidenciar a nova relação estabelecida com a filha, que nunca “dialoga” com o pai. A sensação de êxito deveria passar também por esta construção entre pai e filha, primordial nos filmes para família.

  

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