
Adquirir mídias antigas não é só coisa de nostálgicos. Fernanda Cavalcante observa que a procura por DVDs e vinis está aumentando entre as novas gerações. Ela tem na ponta da língua a explicação para esse retorno a tecnologias antes condenadas ao obsoletismo.
“As pessoas mais novas estão muito interessadas nessa pegada retrô. Já é tudo tão rápido e frágil, com a modernidade líquida, que agora dão mais valor ao fato de apertar um botãozinho da vitrola e pôr um vinil para ouvir”, destaca Fernanda, que está à frente da loja “Sétima Arte”, no edifício Maletta.
Doações
O espaço é dividido entre vinis e livros, mas o primeiro tem recebido maior atenção dos frequentadores. Fernanda só trabalha com discos usados, boa parte deles doados pelos familiares de um colecionador que faleceu. “Mas não adianta vir com o vinil e dizer que não tem nenhum arranhão se a capa está rasgada”, ressalta.
Ela paga 25% do valor de revenda, que pode chegar a R$ 250 em alguns casos. Diferentemente dos DVDs, não basta ser antigo para torná-lo mais valioso. Alguns estilos musicais são mais procurados do que outros, especialmente o rock da década de 1970. “É Pink Floyd, Led Zeppelin, bandas que até hoje fazem a cabeça da galera”.
O grande patinho feio é o CD, o menos procurado. Entre fazer um download e comprar um disco compacto, a primeira opção ainda acaba sendo a melhor para muita gente. “A superioridade do vinil está mais no ritual e ver uma arte bonita na capa”, pondera a vendedora.