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História de superação

Aluna de projeto de segurança em Minas realiza sonho de jogar no Cruzeiro depois dos 30 anos

Fernanda Silva, de 33 anos, participou do programa Fica Vivo! e foi selecionada pelo time celeste em janeiro deste ano

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 24/11/2025 às 10:44.Atualizado em 24/11/2025 às 14:36.

Tornar-se atleta profissional e atuar em um time grande, está entre os sonhos mais comuns que as crianças cultivam ao longo da infância, embora muitas abandonem o desejo conforme a trajetória de vida. Porém, para algumas delas, as barreiras são vistas como um combustível, caso de Fernanda Silva, de 33 anos, jogadora do time profissional de futsal feminino do Cruzeiro. 

A atleta realizou o sonho - considerado improvável até mesmo por conta da idade - em janeiro deste ano, quando foi selecionada em uma peneira da equipe estrelada. Ela era aluna do programa Fica Vivo!, coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). 

A iniciativa promove oficinas de esporte, cultura e arte para jovens de áreas de vulnerabilidade social, com foco na prevenção à criminalidade. Dados da pasta mostram que, neste ano, o projeto contribuiu para uma redução de 30% na taxa de homicídios de jovens com idade entre 12 e 24 anos.

Atualmente, o programa está presente em 33 Unidades de Prevenção à Criminalidade (UPC) no Estado. Conforme a pasta, em Belo Horizonte, onde estão localizadas 25 das 33 UPCs que oferecem atendimento pelo Fica Vivo!, os homicídios entre jovens dessa faixa etária registraram queda de 40,9%, entre 2024 e 2025.

Novos sonhos na carreira 

Atualmente, Fernanda concilia os treinos na sede campestre do clube com a rotina de trabalho no setor comercial. O novo sonho é ver o Cruzeiro Futsal Feminino alcançar um patamar tão significativo quanto alcançou o time de futebol feminino do clube, vice-campeão do Brasileiro Feminino de 2025 - e ainda disputará, de forma inédita, a Libertadores Feminina, em 2026.

“Eu quero que o Cruzeiro cresça e quero estar junto. Se eu parar de jogar daqui a alguns anos e o futsal continuar, quero ajudar de alguma forma, quero estar presente daqui em diante. Espero que esse projeto dê seguimento, que não seja passageiro, que só evolua”, diz. 

Paixão pelo futebol desde criança

O vínculo de Fernanda com o esporte surgiu ainda na infância, por volta dos 5 anos. Vinda de uma família em que a paixão pelo futebol, e sobretudo pelo Cruzeiro, era passada através das gerações, foi na companhia do irmão, Paulo, que aconteceram os primeiros “lances em campo”. 

“O Paulo era fora do normal de bom de bola, meu irmão era craque. Nós ficávamos de um lado para o outro na varanda de casa brincando e foi aí que comecei a pegar gosto pelo futebol”, destaca. 

Anos mais tarde, quando a família se mudou para o bairro Jardim Guanabara, na região Norte da capital, Fernanda, então com 13 anos, compreendeu que a realização do sonho não seria fácil. Nos primeiros anos da adolescência, ela treinava aos sábados na escola de futebol do bairro. 

“Eu não acreditava que um dia eu iria jogar profissionalmente, que poderia viver disso ou algo do tipo. O sonho eu tinha, mas era bem difícil na minha época. Cheguei a fazer uns testes, e na época eu passei. Só que minha mãe não tinha condições de bancar o deslocamento e não tinha como pagar para poder treinar. Aí acabei abrindo mão”, conta. 

Naquela época, Fernanda pensava que seria melhor pendurar as chuteiras e abdicar do sonho. Porém, a jovem começou a participar do programa Fica Vivo! e voltou a praticar o esporte. Na Unidade de Prevenção à Criminalidade (UPC) Jardim Felicidade, ela conheceu Alírio, então responsável pela oficina de futsal ofertada pelo projeto, que enxergou o potencial dela.

“O Alírio me passou um conhecimento gigantesco lá no Fica Vivo. Eu já estava desistindo, não queria mais jogar, e falei com ele ‘ah Alírio, eu não quero jogar bola mais’ e ele ‘não, nada disso. Você vai jogar! Vem treinar aqui com a gente.’ E eu decidi continuar”, afirma. 

Quando alcançou os primeiros anos da idade adulta, Fernanda se deu conta de que era o momento de seguir em frente. Já desacreditada de que, um dia, se tornaria uma jogadora profissional, a jovem percebeu que era a hora de buscar outra profissão.

Assim, ela ficou fora dos gramados por mais de dois anos e, quando retornou, optou por tratar o futebol apenas como um hobby. O tempo passou e Fernanda seguiu a vida, consolidando a carreira na área comercial. 

“Eu acho que se eu não tivesse tentado novamente lá no Fica Vivo, se eu não tivesse tido os treinos com o Alírio e me apaixonado de novo pelo futebol, eu não teria dado seguimento, não teria quebrado aquela barreira”, conclui. 

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