Quando o meia Jesus Dátolo entrou em campo contra o Flamengo, na 27ª rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, nem ele, nem os cerca de 7 milhões de torcedores do Atlético poderiam imaginar que aquele jogo serviria de inspiração para um casal de alagoanos batizar o primeiro filho.
Nascidos na pequena Arapiraca, cidade de pouco mais de 180 mil habitantes, Teógenes Ferreira Lima e a esposa Maria Cícera, a Thamylla, não estavam no estádio Independência quando o argentino marcou o golaço com a camisa do Galo (assista abaixo).
Apesar disso, eles lembram de cada detalhe daquela partida. Em Cajati (SP), o casal ouvia o jogo pela internet, já que não possuíam TV por assinatura e o jogo não estava sendo transmitido por rádios locais.
"Ele deu uma 'caneta' no zagueiro do Flamengo e fez um gol bonito demais. Depois do jogo, falou que estava feliz jogando pelo Atlético e que a torcida tinha ajudado muito. Lembro que minha esposa ficava imitando o jeito dele de falar, porque o sotaque dele é bonito demais, e o jeito que ela falava era igualzinho. Aí a gente ficou com esse amor por ele", explica o torcedor de 24 anos, que trabalha como soldador em uma mineradora.
Se a paixão pelo futebol do argentino foi unanimidade entre o casal, a escolha do nome entre os familiares não foi tão bem aceita. "Minha mãe, nossos tios, para falar a verdade quase todos da nossa família foram contra, mas eu e meu esposo sempre dizíamos que era a nossa decisão, e tenho certeza que ele será muito feliz com esse nome", diz Thamylla, de 20 anos.
Batizado como Teógenes Dátolo dos Santos Lima, o menino nasceu em Folha Miúda (AL), no dia 5 de abril de 2016 pesando 3,6 kg e 51cm. "Dátolo é meu primeiro filho, mas quero outros. E eles também carregarão o nome de algum outro ídolo do Atlético", assegura o pai, com consentimento da esposa.
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Paixão pelo Galo
A paixão de Teógenes pelo Atlético começou em 2012, quando ele mudou-se temporariamente para Belo Horizonte com a esposa, para trabalhar em uma mineradora na Região Metropolitana da capital.
"Eu sempre quis torcer por um grande time, mas estava procurando o time certo para me decidir. Eu via Cruzeiro e Atlético, mas só via o Atlético se dar bem. Foi então que eu decidi torcer para o Galo. Veio a Libertadores 2013, e foi quando enlouqueci de verdade e comecei a amar o time com uma paixão que você não tem ideia. Assistia aos jogos, e minha esposa falava que eu ia ter um infarto", conta.
Quando foi transferido para o interior de São Paulo, o torcedor contiuou fiel ao clube. "No início do ano, eu fui à Loja do Galo, e o Luan (meia-atacante) estava lá dando autógrafo. A fila estava enorme, enorme, mas eu consegui falar com ele. Disse que era conterrâneo, e ele acenou para mim. Eu gostei", lembra.
Hoje, enquanto Teógenes e Thamylla sonham em apresentar o filho a Dátolo, o jogador atravessa um momento decisivo no clube. Após uma sequência de lesões, o argentino perdeu o posto de titular e agora, vive a expectativa da renovação ou não do contrato. A permanência do meia no Atlético está garantida somente até o fim de 2016.
Para o torcedor, Dátolo deve ter o vínculo renovado pelo Galo. "A minha vontade é que meu filho seja um craque, assim como ele. E gostaria que meu filho fosse jogador de futebol. Mas qual pai não tem esse sonho?", finaliza.