Após promessas não cumpridas, Dryworld vê 'sonho em preto e branco' próximo do fim

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
14/09/2016 às 11:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:49
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Uma parceria que virou pesadelo. Assim pode ser traduzida a relação entre Atlético e a fornecedora de material esportivo Dryworld. O mesmo se aplica ao atacante Luan, escolhido pela empresa canadense para ser o garoto-propaganda, ganhando, inclusive, contrato vitalício.

Enquanto a diretoria do alvinegro - que esperava receber R$ 100 milhões durante cinco anos de contrato - perde dias tentando normalizar o recebimento do material esportivo para todas as categorias, inclusive para a equipe principal, o "Maluquinho", que se recupera de lesão, segue sem receber um tostão sequer do vínculo assinado com a empresa.

Luan, que tem a imagem exibida em uma das lojas da Dryworld no Canadá, recebeu apenas camisas, agasalhos e shorts. O dinheiro, cerca de R$ 250 mil por ano (pouco mais de R$ 20 mil mensais), ainda não apareceu.

Cabe lembrar que Fluminense e Goiás, que também assinaram com a fornecedora, vivem a mesma situação dos mineiros.

Robinho e Lucas Pratto

Em relação ao atacante Robinho, artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 11 gols, a situação é um pouco diferente. Apesar de ter parte do salário bancado pela Dryworld, o "Rei das Pedaladas" não sofre com o "conto canadense". Vendo o retorno dado pelo jogador campo, o clube se desdobra para manter os vencimentos do camisa 7 em dia.

Já o argentino Lucas Pratto, que chegou a ser anunciado como garoto-Dryworld, acabou não assinando com a empresa. O atacante do Galo e da Seleção Argentina manteve o vínculo com a Adidas.  

Correndo contra o tempo para solucionar o problema, o presidente Daniel Nepomuceno tranquiliza a torcida e garante que o que não falta é interessado em substituir a Dryworld. Além disso, o mandatário alvinegro estipula prazo para que a parceria se estabilize: o próximo mês.

"Quero deixar a torcida tranquila porque deve ter quatro ou cinco diretores por conta disso todos os dias. Vamos ter paciência que, por bem ou por mal, isso de outubro não passa", disse Nepomuceno em entrevista à Web Rádio Galo.

Crise na Dryworld

"Para nós e o Atlético, o céu é o limite”. Cláudio Escobar, presidente da Dryworld, em entrevista dada ao Hoje em Dia, em janeiro de 2016

A Dryworld, por sua vez, vive momento conturbado e de reformulação interna. Segundo apurou a reportagem do Hoje em Dia, por não cumprir os compromissos financeiros estabelecidos, a fornecedora, inclusive, já não administra mais a fábrica no Brasil, localizada em Capanema (Paraná).

A antiga Rocamp, hoje Dryworld Brasil, voltou para as mãos da família Campagnolo, que havia vendido a fábrica aos canadenses. Com estoque de materiais esportivos de Atlético, Fluminense e Goiás, a empresa, que também não recebeu o prometido em contrato pela Dryworld, segue abastecendo clubes e lojistas. A reportagem tentou contato com os administradores, porém não obteve retorno.

Se no início do ano os torcedores do Atlético abraçavam Escobar e os outros dirigentes da fornecedora, e cantavam "muito obrigado" pela parceria, nos últimos meses de 2016 o comportamento deve ser bem diferente. O canto, que antes tinha sentido de boas vindas, caso seja repetido em breve, terá sentido de adeus.


Relembre algumas matérias sobre a relação entre Atlético e Dryworld:

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