Entrevista

'Essa conquista tinha que ser comemorada todo ano', diz Recife sobre a Tríplice Coroa

Um dos único do time de 2003 em atividade, ao lado de Felipe Melo, volante sobre a conquista que completa 20 anos

Angel Drumond
esportes@hojeemdia.com.br
Publicado em 16/10/2023 às 17:35.
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Atleta que conquistou a Tríplice Coroa para o Cruzeiro em 2003, o volante Augusto Recife, de 40 anos, segue em atividade. Com muita emoção e orgulho, fala do feito celeste – inesquecível para a torcida. Há 20 anos, o clube venceu as principais disputas nacionais. 

Depois do Cruzeiro, Recife, como é chamado, jogou em várias equipes do futebol brasileiro disputando competições tanto regionais quanto nacionais. Porém, foi no clube da Toca que o experiente jogador mais se realizou ao conquistar seus principais títulos, entre eles o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Brasileirão. 

Nascido em Joaquim Nabuco (Pernambuco), Augusto Recife chegou ao Cruzeiro no ano 2000 e adotou Belo Horizonte como cidade. Na capital mineira, se casou, teve filhos e por aqui reside, quando não está trabalhando, ou atuando por alguma equipe que não seja de BH.

O atleta, que pretende se aposentar após o Estadual do próximo ano, bateu um papo com o Hoje em Dia e relembrou a passagem pelo Cruzeiro no momento mais marcante da história do clube. Recife também falou sobre o atual momento da equipe e sobre algumas outras pelas quais passou, além do desejo de continuar com a sua carreira profissional.

Vai completar 20 anos da Tríplice Coroa do Cruzeiro. Como é a relação entre os jogadores e a comissão técnica que conquistou tudo no ano de 2003? Vocês se encontram?

A gente tem um grupo da Tríplice Coroa e estamos sempre nos falando. Neste grupo não tem ninguém da comissão técnica. Faz 20 anos da conquista e estamos aguardando um posicionamento da SAF Cruzeiro, que ficou de ver uma situação onde a gente possa se reunir para comemorar, já que é um ano especial e não podemos deixar passar em branco. Na minha opinião essa conquista tinha que ser comemorada todo ano, já que foi uma conquista inédita para o clube e algo desse nível merece festa todo ano. 

O Clube preparou alguma festividade para celebrar essa data tão importante para a história do Cruzeiro?

Como eu disse acima, o pessoal se reuniu com o Alex, que esteve recentemente fazendo estágio no Cruzeiro, e conversou com ele sobre essa reunião que poderia acontecer no fim do ano. Passaram a data possível, dia 4 de dezembro, e foi perguntado quem poderia estar presente na data e ficou de se definir se vai acontecer ou não. Estamos na expectativa para que aconteça essa festividade e que possamos comemorar esse feito inédito. 

Aquele Cruzeiro iniciou bem o ano de 2003 e se tornou quase imbatível. Quando vocês imaginaram que poderiam conquistar a Tríplice Coroa, tão marcante para a história do clube e inesquecível para a torcida?

Acho que quando conquistamos a Copa do Brasil, depois de dois bons jogos contra o Flamengo, e colocamos na cabeça que teríamos condições de ganhar o Campeonato Brasileiro. E os dois primeiros jogos me chamaram a atenção, dois não, três, porque aquele contra o São Paulo, no Morumbi, nós fizemos uma grande partida, e foram realmente jogos que jogamos muito bem e percebemos que tínhamos condições de conquistar tudo naquele ano.

Você costuma frequentar a Toca da Raposa II? Quando vai, é bem recebido no local?

Como eu fiquei muito tempo fora de Belo Horizonte, a última vez que fui na Toca da Raposa foi em 2018. Quando estive lá fui muito bem recebido, eu não sei como está agora, como está funcionando. Mas estou pensando em fazer uma visita, não sei se ainda tem algum funcionário, mas estou, sim, pensando em fazer uma visita. ‘Bora ver’ como seremos recebidos (risos).

O que você está achando da administração da SAF do Cruzeiro? Acha que ela foi fundamental para salvar o clube?

Pelo que a gente está vendo, por mais que estejamos de longe, eles estão fazendo um trabalho de recuperação, já que o Cruzeiro chegou no fundo do poço e eles chegaram há pouco tempo. E esse trabalho precisa de ter um pouco de paciência, até porque a dívida era muito alta, houve muitas coisas erradas e temos que dar tempo ao tempo. Ainda está cedo para cobrar algo, mas espero que possam fazer um excelente trabalho e recuperar o nosso clube novamente. 

Você passou por muitos clubes após deixar o Cruzeiro. Qual deles foi o mais marcante em sua história como atleta?

Realmente eu passei por muitas equipes. O que mais me marcou, obviamente depois do Cruzeiro, foi o Paysandu. Lá eu fiquei quatro anos, conquistamos quatro títulos, acesso da série C para a série B e tem uma torcida apaixonante, muito marcante. Um povo muito acolhedor e sou muito agradecido à torcida, ao povo e ao clube por tudo que passei quando estive por lá. 

Você formou uma dupla fantástica ao lado do volante chileno Maldonado. Vocês são amigos, costumam se falar?

Eu aprendi muito com o Maldonado, é uma pessoa ímpar, um cara que dispensa comentários, gente boa, humilde e o contato que a gente tem é quando nos falamos no grupo, e quando nos encontramos também, o que é raro, já que temos moradias em locais diferentes, ele tem o trabalho dele e eu tenho o meu, e acaba que a gente pouco se fala. Mas é um amigão e todos eles daquela época. Mas o Maldonado marcou bastante a minha vida, até porque naquela época nós formamos uma dupla impecável, apesar de ter sido somente dois anos, mas foram dois anos de muito aprendizado e com certeza ele marcou história não só no clube, mas também para a minha vida. 

E o atleta Augusto Recife já pendurou as chuteiras ou segue desbravando pelos gramados do Brasil?

Não, ainda não, por enquanto estou aguardando uma situação para o ano que vem, no Estadual, mas estou pensando nisso há alguns anos. Eu falo que enquanto meu telefone estiver tocando a gente vai jogando, enquanto tiver fôlego e saúde a gente vai aceitando os convites e os trabalhos. Quaro jogar até o fim do Estadual do ano que vem, se aparecer alguma situação bacana, tenho certeza que isso vai acontecer e depois a gente vai fazer algo diferente que não seja jogar futebol profissionalmente

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