
Comprar, colar, colecionar e trocar, não necessariamente nesta ordem, são palavras que têm feito parte do cotidiano de milhares de colecionadores e fãs do esporte nos últimos meses. O álbum de figurinhas da Copa do Mundo do Catar, lançado em agosto deste ano, é a nova febre entre crianças, adolescentes, adultos e idosos e movimenta as bancas de jornais de forma significativa, como concluiu uma pesquisa feita pela Cielo.
Segundo a empresa de tecnologia e serviços, houve uma elevação de 347% no lucro das bancas de jornais e revistas após o lançamento do álbum. Com auxílio do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), o número foi resultado de uma comparação entre os valores adquiridos nos meses de agosto e setembro do ano passado e deste ano.
Para o gerente de produtos e dados da Cielo, este aumento significativo foi impulsionado pela comercialização de figurinhas. “É evidente o quanto a liberação dos pacotinhos ativou o fluxo de pessoas nestes locais. Esse aumento das visitas às bancas pode, inclusive, ter contribuído para as vendas de outros produtos, o que se reflete no crescimento do faturamento desses estabelecimentos comerciais”, explicou.
Experiência de quem tem uma banca
Há dez anos no comando de uma banca de jornais e revistas no bairro Renascença, região nordeste de Belo Horizonte, Paulo Lage também é um revendedor das figurinhas da Copa do Mundo. Ele conta que, com os cromos, o lucro mensal do seu negócio aumentou em mais de 30%, fazendo uma estimativa.
“As figurinhas têm sido o carro-forte. Chega a faltar produto e para não deixar ninguém na mão, eu indico outros lugares”, conta.
Além do dinheiro, Paulo encontrou outra forma de lucrar. Ele criou um grupo de WhatsApp, que atualmente reúne mais de cem pessoas, para estimular e facilitar a troca de figurinhas. Assim, ele também está ganhando no quesito interação, uma vez que para participar, as pessoas só precisam estar interessadas e se respeitarem.
“As pessoas vêm aqui na banca e trocam. Tenho clientes de mais de 70 anos, colecionadores profissionais e crianças que vêm com os pais. O movimento aumentou muito”.
Com o movimento aumentando, a venda de outros produtos também subiu: "Um pai vem, e enquanto o filho está por conta de figurinhas, ele leva uma revista, um caça-palavras”.
Com o término das vendas das figurinhas, o movimento deverá diminuir, mas o jornaleiro não se preocupa. “Como vendedores, temos que sempre estar pensando em agregar de alguma forma”.
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