
Nesta segunda-feira (25), além de os católicos celebrarem São Marcos, o Evangelista, desde meados do século XVIII a data também marca o Dia dos Cornos, festejando os maridos traídos. Apesar de não ser tão conhecido no Brasil, o dia é festejado em várias cidades portuguesas e espanholas.
“90% da população mundial deve estar comemorando”, brinca o engenheiro mineiro Luiz Mário “Jacaré” Ladeira, de 80 anos, fundador do Movimento Machão Mineiro nos anos 1980, e da Banda Mole, famoso bloco de rua que, antes da pandemia de Covid-19, abria os carnavais de Belo Horizonte com homens travestidos de mulher.
“O problema é o seguinte: ou você é corno assumido ou não sabe. Só uns 10% felizardos possuem mulheres fiéis. Pelo menos uma vez na vida, a mulher da gente já sonhou em dormir com o Brad Pitt (ator americano)”, diz Jacaré.
Apesar das afirmações polêmicas, o engenheiro faz questão de esclarecer que o Movimento Machão Mineiro sempre foi uma brincadeira, uma forma de gozar com situações do cotidiano.
“A gente só brinca com quem a gente gosta. Brincávamos com mulheres e hoje não fica mais legal. Nos recolhemos. Não mantivemos a função de oráculo e conselheiro. Ficamos calados, não falamos que sim, nem que não”, conta o mineiro sobre a “aposentadoria” da função de “machão”.
Para Luiz Mário Jacaré, o homem quem não tem a consciência pesada não é feliz no casamento. “Só aguenta a mulher quando chega da farra. A contrapartida também é válida”.
Claro que o Dia do Corno também merece ser celebrado na música. O tema é recorrente em várias canções. Em 1995, a saudosa e divertida banda Mamonas Assassinas lançava “Bois Don’t Cry”, que faz uma paródia do escritor britânico William Shakespeare: “Ser corno ou não ser, eis a minha indagação. Sem você vivo sofrendo, pelos buteco bebendo, arrumando confusão”.
O cantor cearense Falcão, um dos principais nomes do brega brasileiro, também fazia questão de falar de traição em suas obras. Uma delas, já pelo título, mostra do que se trata: “Vida de Corno”. Na letra bem-humorada, o artista relata a experiência de levar “chifre”. “Ei, você, meu amigo, que está sorrindo com o que eu passei. Cuidado com sua cabeça, pois amanhã será sua vez”.
Exemplos de músicas sobre traição não faltam no sertanejo. A ex-BBB Flay (Flayslane), que faz parte da dupla sertaneja Lane e Mara, lançou em 2019 a canção “Corno Apaixonado”. “Eu tô perdendo a calma, eu tô desconfiado. Se tem fumaça é fogo, e o cheiro é de chifre queimado”, diz trecho da curiosa composição.
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